
Atualmente existe mais de um milhão de quilómetros de cabos submarinos que atravessam os oceanos, ligando todos os continentes e garantindo a quase totalidade das comunicações globais.
Prevê-se que nos próximos anos grande parte destes cabos venham a ser substituídos por novos cabos, havendo a possibilidade de um número significativo deles serem SMART (Science Monitoring and Reliable Telecommunications).
As comunicações por cabo telegráfico começaram em Portugal em 1870, com a primeira ligação com Inglaterra.
Já no século XX, introduziam-se os cabos coaxiais que permitiriam a primeira ligação telefónica submarina, revolucionando as comunicações transatlânticas – com a amplificação de sinal por meio de repetidores submarinos conseguia-se a transmissão das comunicações telefónicas, que até aí só eram efetuadas via rádio.
A contínua evolução da tecnologia permitiu que em 1992 os cabos coaxiais dessem lugar aos cabos de fibra ótica, que duplicavam a capacidade dos anteriores cabos coaxiais, permitindo 40000 comunicações simultâneas.
Os cabos submarinos são imprescindíveis no desenvolvimento e sustentabilidade da economia digital mundial, sendo, por isso, a sua segurança e resiliência temas de enorme importância e preocupação. Qualquer falha pode afetar as comunicações de milhões de pessoas.
A UIT (União Internacional de Telecomunicações) e outras entidades lideram iniciativas internacionais para reforçar e proteger esta infraestrutura crítica. A este respeito, a ANACOM assumiu no final de 2024 a co-Presidência do Grupo de Aconselhamento Internacional para a Resiliência dos Sistemas de Cabos Submarinos.
Além das comunicações, os cabos submarinos estão a ganhar uma nova missão, a de estudar os oceanos. Através da tecnologia SMART, pretende-se criar uma rede global de sensores no fundo do mar que permitam uma observação e deteção em tempo real dos fenómenos subaquáticos em águas profundas, como as variações de correntes, temperatura, pressão, salinidade, etc.
A instalação de sensores nos cabos submarinos poderá vir a ser uma ferramenta com grande impacto na prevenção ou mitigação do impacto de desastres naturais nos oceanos (tsunamis e sismos), no aquecimento global e alterações climáticas.
Portugal está na linha da frente com a instalação do primeiro sistema inteligente no cabo Atlantic CAM, que liga o Continente aos Açores e Madeira. Com a sua entrada em operação em 2026 será possível a recolha de dados em tempo real de sensores submersos instalados ao longo dos 3.700 Km do trajeto do Atlantic CAM.
Com a entrada em serviço do Atlantic CAM, como SMART Cable, será constituído um nó nacional de observação do fundo do mar na região nordeste do Atlântico.
Na exposição “Cabos Submarinos” , encontra a História dos Cabos Submarinos em Portugal, bem como a apresentação do seu impacto tecnológico, económico e social nas comunicações globais.