Page 73 - Comunicar na Republica

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O telégrafo Hughes modelo piano, os estudos
e as inovações portuguesas
Ambos os telégrafos (Steljes e Hughes) foram in-
troduzidos como fator de inovação. O primeiro não
precisava recorrer ao código Morse na transmissão.
O segundo não exigia qualquer código, nem na trans-
missão nem na receção, funcionando o Hughes como
um precursor do telex.
Para lá das inovações, o telégrafo Hughes permitiu
resolver situações de intensidade de tráfego entre
Lisboa e algumas das maiores estações telegráficas.
Porém, o velho Morse subsistiu até aos anos 40, al-
tura em que uma nova tecnologia, vulgo telex, veio
permitir nova forma de comunicar à distância (vide
telex nas secções Estado Novo e Democracia).
O telégrafo da marca Hughes também ficou conhe-
cido por telégrafo modelo piano, dado o
design
do te-
clado ser semelhante ao que usam os pianos para as
notas de música. Entrou em funcionamento em 1885
mas foi já no século XX objeto de (re)estudo e inova-
ção. Um duplo projeto de inovação surgiu em Portu-
gal, da autoria de António dos Santos, de formação
casapiana, e que viria a ser 3.º oficial dos Correios e
Telégrafos.
gicos). Esta rede em desenvolvimento adota novos
processos de comunicação.
Na parte de transmissão o telégrafo Steljes dispensa
o uso de código. O transmissor é moderno e inova-
dor, tendo um teclado alfanumérico disposto numa
coroa circular. As pequenas teclas redondas contêm
as letras e números e também os sinais de $ (dólar) £
(libra) e o & (e comercial).
Analisando em pormenor vemos que há uma vontade
inovadora no
design
(tipo costureirinha com padrões
curvilíneos) mas que em termos funcionais se fica
pelo «peso do tradicional» ou se quisermos e utili-
zando uma expressão italianizante –
modernismo si
ma non tropo
. Assim, à dispensa do tradicional códi-
go Morse na emissão não corresponde um processo
igualmente inovador na receção.
Telégrafo Steljes.
Telégrafo Hughes modelo piano.
I República – Liberdade em ação
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