Page 72 - Comunicar na Republica

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I República – Liberdade em ação
Indústria em 11 de dezembro de 1897 pelo prazo de
dois anos, tendo em 20 de agosto de 1900 sido pedida
a prorrogação pagando o autor para o efeito a taxa de
seis mil reis.
Dada a fiabilidade e a portabilidade do equipamento,
o mesmo foi utilizado durante as décadas seguintes
que precederam a introdução do telex, especialmente
em serviço externo na construção e ensaio de linhas
telegráficas e telefónicas.
As reivindicações de inovação da patente são ao todo
em número de nove, das quais as mais evidentes di-
zem respeito às várias peças da caixa articulada e às
bobinas do registo de mensagens. Foi ainda adiciona-
do um comutador que permite o funcionamento de
duas linhas e a ligação ao despertador de chamada.
Maximiliano Augusto Herrmann nasceu em Lisboa
em 1838, faleceu na mesma cidade em 26 de abril de
1913 estando sepultado no cemitério dos Prazeres.
Projetou e construiu milhares de peças de telecomu-
nicações, sendo a Fundação Portuguesa das Comu-
nicações fiel depositária de mais de uma centena de
peças deste notabilíssimo autor.
Podemos encontrar peças da marca Herrmann nos
patrimónios museológicos de instituições ligadas às
comunicações. São de sua autoria (invenção, inova-
ção ou construção) o telefone privilegiado, o telégra-
fo portátil ou de campanha, o recetor auditivo Morse
com três enrolamentos de bobinas, o recetor oscila-
dor (em associação com Cristiano Augusto Bramão)
para dupla corrente, entre outros equipamentos.
Maximiliano Herrmann é, por assim dizer, uma re-
ferência incontornável da telegrafia elétrica e da
telefonia em Portugal cujos equipamentos por si in-
ventados, inovados e/ou fabricados estiveram em
funcionamento desde a década de 60 do século XIX
até á década de 40 do século XX.
O código Morse foi o mais utilizado em todo o mun-
do. É constituído por sinais representativos das letras
do alfabeto, sua pontuação e numeração. A mensa-
gem mais simples e mais conhecida é o pedido de
auxílio SOS (...---...)
O telégrafo Steljes
Construído na Casa L. Casella de Londres na época
vitoriana com um
design
inf luenciado nas máquinas
de costura, associa beleza e função como uma marca
precursora de modernismo tecnológico. O clássico
Morse começa lentamente a ceder terreno.
A rede telegráfica em 1910 chega a quase todo o ter-
ritório nacional (cidades, comarcas e pontos estraté-
Ao lado: Pauta de sinais do código Morse internacional.
FPC