Page 184 - Comunicar na Republica

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Em síntese
No projeto/exposição «Comunicar na República –
100 Anos de Inovação e Tecnologia», abordamos
principalmente a importância dos correios e das te-
lecomunicações, destacando alguns marcos que nos
levam ao futuro no presente, porque nos legaram fu-
turo no passado.
Construir futuro no presente é comunicar, e comu-
nicar é fazer história. Fazer história é vivenciar o co-
municado: não só o que se comunicou, mas também
o que se tornou comum; não só o que foi levado ao
nosso conhecimento, mas também o que é tornado
conhecido; não só o que nos foi posto em contacto,
mas igualmente o que foi transmitido; não só o que
nos foi dado, legado do passado, mas também como
foi recebido, estudado, interpretado, entendido,
compreendido; não só o que nos foi comunicado no
passado/presente, mas também o que é/será difun-
dido no presente/futuro... É o que se constata quan-
do se deixam marcas na história, que se constituem
hoje como marcos históricos das comunicações em
Portugal – contributos para preservar o futuro no
presente.
Todos nós, os intervenientes neste processo e produ-
to, pensámos o que construímos em equipa, realizá-
mos os nossos propósitos de trabalho investigativo
cooperativo/colaborativo e, deste modo, contribuí-
mos para a concretização dos objetivos prosseguidos
e perseguidos para o projecto «Comunicar na Repú-
blica»:
Cooperar/colaborar para o estudo investigativo do
património cultural (material e imaterial) das comuni-
cações – correios e telecomunicações – pelo analisar
da sua importância e o destacar dos objetos museo-
lógicos (peças e iconografia) das coleções de arte, ci-
ência e tecnologia (à guarda da Fundação Portuguesa
das Comunicações) que, ao longo dos cem anos da
República, foram relevantes para o desenvolvimen-
to da sociedade portuguesa, com vista à divulgação
do espólio das comunicações a vários públicos, em
geral, e junto das comunidades de estudiosos, inves-
tigadores da história científica-técnico-artística, em
particular, no âmbito da evolução das comunicações
postais e telecomunicações nacionais.
Concorrer para a ref lexão sistémica sobre o ato de
comunicar hoje na era digital.
Homenagear, pelo evocar e valorizar, a importância
das pessoas das comunicações: as várias gerações de
técnicos, grupos de especialistas, homens e mulheres
operadores de comunicações postais e de telecomu-
nicações que, através dos tempos e ao longo das suas
atividades profissionais, se dedicaram e nos dedica-
Cabe-nos agora, a cada um de nós, decidir o que que-
remos e pretendemos fazer com as novas técnicas e
tecnologias das comunicações. Está nas nossas mãos
e cada vez mais na nossa voz e no nosso pensamento,
com as últimas inovações e revoluções da interação
humano-computador (ihc) à inteligência artificial, da
robótica às nanotecnologias, escolher como e quan-
do tencionamos comunicar.
Na República portuguesa, hoje, também se comuni-
ca de qualquer lugar, a qualquer momento (quase) o
que quer que seja, consequência das redes nacionais
e internacionais das comunicações dos correios e das
telecomunicações, numa (re)organização/atualização
permanente – desde a (r)evolução das primeiras re-
des de distribuição de correio, das redes de telegrafia
visual e telegrafia elétrica (tangíveis) às redes de co-
municação subaquática, da radiotelefonia ao telemó-
vel e televisão digital (intangíveis) – evoluímos nos
transportes das mensagens em terra, no mar e no ar.
Proteger o património é (res)guardar
o futuro
O estudo e preservação, promoção e divulgação, en-
volvimento e desenvolvimento do património cultu-
ral (material e imaterial) das comunicações parecem-
-nos da maior importância.
Essas marcas, «paragens» nas «paisagens percorri-
das» pela evolução histórica das comunicações pos-
tais e telecomunicações foram/são – têm sido –, na
sua verdadeira essência, ferramentas facilitadoras de
novos acessos, instrumentos para comunicar e me-
lhor compreender a importância dos tecnólogos, das
técnicas e tecnologias das comunicações.
Pela sua forma/natureza são processos humanos e
utensílios humanizados (infra-estruturas, info-estru-
turas, mecanismos, aparelhos, equipamentos, meios
e sistemas...) transportadores de mensagens sequen-
tes de atos conscientes, intencionalidade consequen-
te do usufruto do ato de comunicar, via correios e/ou
telecomunicações, nunca deixando de ser consentâ-
neos. Consentidos e protegidos, tanto para o emissor
quanto para o recetor, atualmente, atos de liberdade
consagrados pela constituição da República.
Estamos convictos de que o projeto «Comunicar
na República» pode contribuir para se fazer melhor
património futuro: recolhendo, investigando, anali-
sando, aprendendo, compreendendo e preservando
o vivenciado, o experienciado, mas perspetivando e
prospetando o que no passado e presente causa a his-
tória científico-tecnológica das comunicações e seus
contributos para a melhoria da nossa qualidade de
vida na atual era digital.
FPC