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Ditadura Militar e Estado Novo – Liberdade adiada
Lisboa e Porto deixaram de ter o exclusivo da atenção
no que respeita à telefonia. Assim, em 1942, começou
o serviço automático no grupo de redes de Coimbra,
e em 1945 chegaram as redes de teleimpressores.
Em 1950, nas áreas circundantes de Lisboa e do Porto
havia um milhão de telefones, e em 1952 era possível
falar ao telefone via rádio de Lisboa até Goa, na Índia.
No ano de 1972 o GECA (Grupo de Estudos de Co-
mutação Automática) reestrutura-se com a designa-
ção de CET (Centro de Estudos de Telecomunica-
ções) e além de continuar a inovar e apoiar a indústria
portuguesa deu, também, o impulso decisivo para a
criação da Universidade de Aveiro que, por sua vez,
passou a ser parceira no desenvolvimento das tecno-
logias das comunicações.
Em 1964, Portugal comunicava com a Europa e Es-
tados Unidos, inclusivamente, com transmissão de
imagens via satélite Intelsat. Novos cabos submari-
nos, instalados em 1969 e seguintes, possibilitaram
melhores comunicações internacionais.
Telégrafo/telefone de campanha
De tecnologia austríaca e alemã, é posterior à Primei-
ra Guerra Mundial. Tudo parece indicar que se trata
de uma evolução do conceito e tecnologia Fuller-
-phone (do capitão, posteriormente major-general,
A.C. Fuller das Forças Armadas Britânicas). Este tipo
de equipamento terá sido utilizado em manutenção
de linhas telegráficas e telefónicas, em manobras mi-
litares e possivelmente na Segunda Guerra Mundial.
Apresenta uma caixa muito robusta de madeira e fer-
ro galvanizado, uma chave, também conhecida pela
designação de manipulador ou transmissor morse e
um auscultador-microfone.
cações dos CTT, APT e Marconi se destacou na área
das ciências e das técnicas. Com a CPRM foi assina-
do um convénio, para facilitar as comunicações com
os territórios ultramarinos portugueses.
Em 1942, começou o serviço telefónico automático
no grupo de redes de Coimbra e, em 1945, os adeptos
do velho sistema telegráfico Morse assistiram à in-
trodução das redes de teleimpressores, vulgo gentex/
telex.
Em 1946, o setor das comunicações, em que se inse-
rem os CTT, tinha o seu organismo próprio de tutela
– o Ministério das Comunicações.
Durante as décadas de 40 a 60 a APT (Anglo Por-
tuguese Telephone) automatiza várias centrais nas
redes telefónicas de Lisboa e Porto. A primeira, a da
Trindade, foi automatizada em 1930 e inaugurada
pelo presidente da República general António Óscar
Fragoso Carmona.
Nos anos 50, o poder político e a indústria de teleco-
municações promovem, paulatinamente, a cobertura
telefónica e telegráfica (telex) do território nacional.
Muitas aldeias e vilas das províncias começaram a
ter serviço telefónico, graças ao desenvolvimento dos
projetos do GECA/CET – Gabinete de Estudos de
Comutação Automática dos CTT/Centro de Estudos
de Telecomunicações
Para fazer face à imensa obra de automatização das
redes telefónicas, o País foi dividido em áreas geo-
gráficas com cinquenta grupos de redes. Foi criado o
GECA (Grupo de Estudos de Comutação Automática)
que, reestruturado em 1972, recebeu o nome de CET
(Centro de Estudos de Telecomunicações). A automa-
tização analógica total do País só foi terminada em
1985, passados mais de dez anos após a instauração
da República de Abril.
Em meados da década de 50 começam os trabalhos
de instalação de cabos coaxiais que vieram ampliar a
capacidade de transmissão e proporcionar melhores
serviços, sobretudo a partir dos anos 60.
O serviço telegráfico tradicional por cabos subterrâ-
neos e submarinos acabou por sentir uma forte con-
corrência da via radioelétrica. Alguns cabos acaba-
ram por ser desmantelados e as empresas entraram
em crise.
Entretanto algumas organizações da exploração de
cabos reagiram e adaptaram-se, sendo que em 1929
a companhia Italcable entrou em Portugal para ex-
plorar as ligações telegráficas europeias. Nesta altura
acentuou-se uma nova forma de capitalismo baseado
em ações. Uma companhia mista de cabos e de TSF,
a Cable and Wireless, subscreveu a grande maioria
do capital da Companhia Portuguesa Rádio Marconi.
Telegrafista.