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O documentário
Atendendoà limitação conceptual
deste «ajuntamento» de relatos
de viagem, investiu-se desde o
início na realização de um docu-
mentário dedicado às viagens das
gentes daMadragoa, cujo relato,
pelas próprias, combinariaaexpe-
riência turística coma viagemsim-
bólica da sua vida.
Estedocumentomultimédiateveo
méritode registar os testemunhos
para além do momento da expo-
sição, personalizar as diferentes
experiências, constituindo uma
memória viva para além dos sim-
plos objectos temporariamente
expostos.
Este documentário, acompanhado com muito carinho e expectativa
pelos parceiros da Junta de Freguesia e da Unidade de Projecto da
Madragoa (CML), foi possível graçasàassociaçãodeuma instituiçãode
ensino vocacionadaparaosmultimédia, a ETIC, através daprofessora
Dora Nobre e os alunos Michael Rocha e Alexandre Matias.
O então director, José Augusto Pinto, descreveu a sua perspectiva da
intervenção da escola: «...A viagem é algo que nos é querido e próxi-
mo. Sempre fomos origem e destino de viagens de povos e pessoas.
E o Bairro da Madragoa talvez encarne esta transumância de forma
única. Quer a viagem tenha tido origem na província, em meados do
sec. XX, ou num país distante, nos nossos dias, o bairro é ponto de
chegada, cheio de memórias e imagens que este documentário vai
fixar. Gente local, gente ilustre, nova e velha, vai falar da viagemque
os trouxe até ao bairro e as histó-
rias que este alberga, e que agora
vamos resgatar do esquecimento.
O documentário é ele próprio uma
viagem ao encontro do patrimó-
nio que vai ficar sob a forma do
espaçoe seus edifícios, edeoutro,
mais transitório, sob a forma dos
objectos destas pessoas e respec-
tivas historias, que vamos assim
preservar e inspirar novas viagens
a começar hoje.»
Dora e os alunos, por sua vez,
caracterizaram o seu trabalho
como um «...documentário que
nos leva a vários locais e épocas
através de histórias de vida, da
juventude e das viagens. Testemunhos de viajantes emoradores para
quem a Madragoa foi, é e será, apesar das viagens e das vivências,
o centro das suas vidas. O que une todas estas pessoas? Um amor e
um orgulho – o bairro.»
As visitas ao bairro
Desde Maio de 2009 até ao momento, contámos com dois ciclos de
visitasguiadas«DoMuseuaoBairro». Estas visitasdecorreramtodosos
últimos sábadosdecadamês, interrompidasduranteoperíododeclima
mais rigoroso (de Dezembro de 2009 a Fevereiro de 2010 e no mesmo
período de 2010 e 2011). As visitas guiadas foram asseguradas, alter-
nadamente e em função da disponibilidade de cada instituição, pelo
Museu das Comunicações (Conceição Norberto), pelo Museu da Água
da EPAL (BárbaraBruno), peloMuseu daMarioneta (Joana Saldanha) e
Moradora do bairro da Madragoa, 2009, fotografia de Cláudia Jorge Freire.
Visita guiada ao bairro da Madragoa, 2009, fotografia de Margarida Filipe.