No entanto, já anteriormente Luz Correia tinha sido alvo de homena-
gens pelos seus pares (1993, I Exposição de medalhística da Amadora
93,
comhomenagemaos escultores AntónioMarinho e Luz Correia,na
GaleriaMunicipal da Amadora; 1994, AntónioMarinho homenageia o
escultor,combronze,Ø84mm;em1999,CarlosRaposo fazomesmocom
construção mecânica em latão, Ø 80mm).
Aprofusãodemedalhas que concebeu,desde 1972,grandeparte liga-
da aomundo das comunicações a que estava ligado profissionalmen-
te,legaaos CTTdosmelhores exemplos da sua criatividadeentre come-
morações dos Correios portugueses, telecomunicações, inauguração
de edifícios, telefonemóvel,ou digitalização telefónica,onde simboli-
za magistralmente a essência formal e funcional das comunicações.
Na área filatélica, foi ainda autor de uma emissão de quatro selos
comemorativadoSegundoCentenáriodacriaçãodoEnsinoPrimárioOfi-
cial,de 1973,que a revista filatélica italiana
Il Colezionista
,
considerou
«
o mais belo do mundo».
Paraalémdos CTT,Luz Correiaé criador depeças comemorativasmuito
diversas,comoado restaurodacapela-mausoléudaS.FrutuosodeMon-
télios,Braga,colaborandoainda comgrandes instituições comoa Fun-
daçãoCalousteGulbenkian,Metropolitanode Lisboa,ouaSiemens,ou
outras entidades comoo Parque deCampismodas Fontainhas,Seixal,
ou o Grupo dos Amigos do Museu dos CTT.
Odespojamentoque revelava,faceao seu vasto espóliomedalhístico,
demonstra a sua personalidade de «cidadão do mundo».
Transições museológicas
«
Somos o tempo.
...
Tudo nos diz adeus, tudo nos deixa.
A memória não cunha moeda lesta.
E no entanto há algo que ainda resta
E no entanto há algo que se queixa.»
Jorge Luís Borges,
São os rios
Como parágrafo último deste brevememorial a Luz Correia,não pode-
mos deixar referir a suaactividadenoMuseudos CTT nos anos 70e80,
comoconsultor técnico,deixando testemunhos significativosdasuacria-
tividade como artista plástico,como o cartaz comemorativo do cente-
nário doMuseu dos CTT de 1978,que,pelo seu grafismo e dinâmica de
imagem, quase se transforma num ícone do Museu; ou a construção
do logótipo dos Correios no passeio da rua de acesso ao Museu.
«
Pessoalmente,congratulo-mede ter feitopartedeumaequipade fun-
cionários especialistas degrandemérito...»
7
,
eis como Luz Correiadefi-
ne a sua passagem pelo Museu.
Este mesmo Museu que comemora este ano, 2008, o seu 130
o
aniver-
sário,apesar dosmuitos condicionalismos sofridos,permanecevivo,com
todoo seuacervo jámultiplicado,inseridonaFundaçãoPortuguesadas
Comunicações.
Foi justamenteaestaFundaçãoque LuzCorreiadoouoseuespólioartís-
tico e documental em 2000, inserido no Património Artístico e Filatéli-
co e no Arquivo Histórico, respectivamente.
Ainda neste período e até 2005, Luz Correia concebeu para a Funda-
ção diversas peças comemorativas,onde é sempre visível a sua indelé-
vel criatividade.
Na exposição que a Fundação Portuguesa das Comunicações promo-
veu em 2004, apresentando a sua obra, foi assim sintetizada a acção
de LuzCorreia:umaformaçãocientíficaeartística;umolhar atentosobre
omundo e os outros; um sentido demissão pedagógica invulgar, des-
pertandonos universos infantil eadultoas suas potencialidades artís-
ticas, através do grafismo; um raro sentido estético na simbologia da
forma e damatéria; e uma surpreendente conciliação entre tecnolo-
gia e arte.
83
1
In “Do Polígono Militar de Tancos à Fundação Portuguesa das Comunicações”. Espólio
Luz Correia, Arquivo Histórico da Fundação Portuguesa das Comunicações.
2
In “Educação, Arte e Cultura. 40 Anos da Fundação Calouste Gulbenkian no desenvol-
vimento estético infanto-juvenil”. 1996, p.11.
3
Investigador da psicologia evolutiva e às suas alterações.
4
In “Garatujas. Estudo psicopedagógico do grafismo infantil”, p.14; p. 20.
5
In “Planalto Beirão”, SET, 1994.
6
In “IV Bienal Internacional de Medalha Contemporânea. Seixal. 2005”, [Catálogo].
7
In “No Museu dos CTT”.
Impressos
CORREIA, Luz,
Garatujas. Estudo psicológico do grafismo infantil.
Lisboa: Junta Geral do
Distrito Autónomo do Funchal, 1963, 115p.
Educação, Arte e Cultura.
40
anos da Fundação Calouste Gulbenkian no desenvolvimento
Estético Infanto-Juvenil
.
Lisboa, FCG, 1996.
FRANCASTEL, Pierre,
Arte e técnica nos séculos XIX e XX.
Lisboa: Livros do Brasil, 1963,
345
p.
IV Bienal da Medalha Contemporânea
.
Seixal. Câmara Municipal do Seixal, 2005.
Planalto Beirão. Setembro, 1994.
Documentos
Espólio Luz Correia
“
Do polígono Militar de Tancos à Fundação Portuguesa das Comunicações”. 2003, DEZ, 16 fl.
“
No Museu dos CTT, a partir de 1974”. 2004, MAI, 2 fl.
N O A T S
B I B L I O G R A F I A
exposição de esculturas de Luz Correia.