Página 26 - Códice nº5, ano 2008

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Patrimónios essesdeacontecimentos,cumplicidades tangíveisque inter-
relacionampessoas/objectos/factos,agoramais abrangentes emuito
mais enriquecidos.
Destemodo, ao contrário do habitual, os museus de empresa podem
constituir-se como museus vivos, interessantes e atractivos, como
umamais-valia inovadora para a empresa, como uma forma de capi-
talizar melhor o seu passado, pelo seu respeito, preservação, estudo
e divulgação patrimonial, para um melhor posicionamento na com-
preensão do seu presente e, quiçá, no prospectar um futuro melhor
da e para a própria empresa, pela compreensão e (re)conhecimento
do seu passado presente.
Consideramos que é neste contexto e conjuntura que se enquadra e
posiciona o actual Museu das Comunicações, inaugurado a 10 de
Outubro de 1997, não só como instrumento de divulgação do espólio
das comunicações,mas porque integradona FundaçãoPortuguesadas
Comunicações,àqual,pelanaturezados seus estatutos,cabepromover
o estudo e a investigação do património histórico das comunicações.
«
Oprojecto da Fundação remonta a 1990,quando se começou a pre-
parar a cisãodaempresaCTT,que deuorigemàPortugalTelecomeaos
Correios tal comoactualmente são.Por questões que tinhama ver com
a separação das empresas, em que se punha a possibilidade de o
acervo histórico e cultural se dividir por arrastamento, e perante a
necessidadede semanter aunidadede todoumpassadohistóricoque
no final de contas faz parte da história do País e das empresas (have-
ria sempre alguma perda ao dividir esse espólio), foi decidida a cons-
tituição da Fundação Portuguesa das Comunicações. Esta solução
não foi inteiramente nova, visto já se ter colocado noutros países
quando se fizeram cisões idênticas. A Fundação France Telecom nas-
ceu na sequência da cisão da empresa, e na Alemanha ou na Holan-
da também existem fundações do mesmo tipo. Há, portanto, vários
países queasseguramapermanênciade todoumespólio ligadoao sec-
tor das comunicações através de fundações. Manteve-se, porém,
noutros casos,os museus de empresa,que são visões mais restritivas
emais orientadas para a lógica empresarial. A opção portuguesa per-
mite manter indiviso um espólio que, tendo a ver com o passado his-
tóricodosCTT,diz respeito,no final decontas,a todaahistóriadas comu-
nicações em Portugal. Numa primeira fase, foi nomeada uma Comis-
são Instaladora que deu origem à Fundação Portuguesa das Comu-
nicações, onde só estavam representados os Correios e a Portugal
Telecom. Entendeu-se, posteriormente, que a Fundação ficaria mais
apetrechada se o Instituto das Comunicações de Portugal também
pudesse estar representado, e isso fez com que o projecto evoluísse
para a actual Fundação Portuguesa das Comunicações. Este institu-
to traz,igualmente,umespólio valioso,odos selos do ex-Ultramar,per-
tencente ao Estado,para alémdas tecnologias ligadas à fiscalização
do espectro radioeléctrico.»
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A partir de 1998 (Junho) foi editada a revista
Códice
propriedade da
Fundação Portuguesa das Comunicações, que logo no seu primeiro
número se torna:
«…
umveículo divulgador doMuseu das Comunicações e da sua acti-
vidade.
O vasto património museológico e cultural acumulado ao longo de
mais de um século terá, nesta publicação, uma oportunidade acres-
cida de ser conhecido e apreciado. Procurando não ser só um reposi-
tório de memórias a revista será, também, por contraponto, um veí-
culo onde se poderá visionar o futuro das comunicações bem como o
seu contributo para a evolução sócio-económica da sociedade.»
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Assim, desde 1998 o Museu das Comunicações passou a dispor de
uma ferramenta de comunicação institucional imprescindível para a
publicitação e promoção das suas exposições e respectivas activida-
Exposição permanente do Museu das Comunicações, «Vencer a distância — Cinco séculos de comunicação em Portugal»