Página 21 - Códice nº5, ano 2008

21
mos em partilha, na prospectiva do saber conviver melhor connosco
e com os outros, mas também com o aprendizado.
Uma culturado saber fazer saber comsabor,doprazer deaprender com
amor, com vontade, intencionalidade, interesse e necessidade de
causa e efeito – resultado, transformação, desenvolvimento; o que,
nonossoentender pretender,passapela consciênciade comunicar ciên-
cia com consequência – enquanto melhoria de práticas instrutivas
consequentes da nossa comunicabilidade e educabilidade, enquan-
to resultados (trans)formadores de usabilidade educativa,pela satis-
fação no usufruto dos/nos museus de ciência e tecnologia.
Em suma, valorar uma cultura social do apreender, do saber fazer
saber,ser/estar ematitude científica,do aprender a compreender,de
percepcionar o conviver coma arte, a ciência e a tecnologia, do saber
comunicar ciência, dos saber-fazer processuais (saber como proce-
der, saber operar) à promoção/divulgação da cultura científica.
Enquadramento conjuntural
Pressupostosmuseológicos no contexto sociocultural e educativo dos
museus de empresa enquanto potenciais Museus de Ciência e Tec-
nologia
o germinar do Museu das Comunicações enquanto museu
de empresa emuseu de ciência e tecnologia
– «
caldo comunicacional
artístico, técnico-científico e cultural»,
substratos para o desenvolvi-
mento do seu serviço educativo
Recorremos à definição de museu da APOM (Associação Portuguesa
de Museologia), 1979:
«
O Museu é uma instituição ao serviço da sociedade, que incorpora,
inventaria, conserva, investiga, expõe e divulga bens representati-
vos da natureza e do homem, com o objectivo de aumentar o saber,
de salvaguardar e desenvolver opatrimónio e de educar,no verdadeiro
sentido dinâmico da criatividade e cultura.»
1
Uma culturado saber «saber»,dos saberes teóricos (fazer saber com-
preender, saber interpretar), do conhecimento pertinente, para uma
aprendizagem significativa e colaborativa.
Uma cultura do comunicar ciência, do saber fazer ciência acessível a
todos, (dos saber-fazer experienciais, desde o saber fazer em situa-
ção real ao saber actuar); do descobrir, do experimentar, capaz de
nos motivar para a ciência; de estimular o nosso espírito científico
nato, inerente da nossa condição humana de seres eminentemente
cognitivos, capazes da nossa educabilidade.
Uma cultura da consciência da consequência positiva da nossa comu-
nicabilidade comaarte,a ciênciaea tecnologiaemsociedade;da cons-
ciencialização da importância de sermos curiosos,do saber ser objec-
tivos com os nossos propósitos, projectos e planeamentos estratégi-
cos.
Uma cultura relacional, de interacção e intervenção sociocultural,
arte,ciência e tecnologia emsociedade;dos saber-fazer sociais (saber
comportar-se,saber relacionar-se),ao saber interagir,inter-relacionar
saberes/pessoas.
Uma culturade empreendedorismo educacional,de (des)envolvimento
pessoal e de intervenção social, como individualidades de colectivas
vontades, no afecto para e com a cultura científica, pelo aprender a
aprender,apreender,compreender das causas e das coisas;dos
sabe-
res-fazer cognitivos
(
saber tratar a informação,saber raciocinar,saber
denominar o que se faz, descrever como se faz), ou seja, do saber
aprender ao fazer compreender para melhor conviver.
Umaculturacientífico-tecnológica,capazde intervir deuma formacolec-
tivaede interacção social (escola/pessoas – pessoas/museu),centrada
nas necessidades e interesses das pessoas,ao reconhecermos sermos
capazes de aprender de uma forma formal,não formal e até informal;
de conseguirmos aprender de uma forma colaborativa; de aprender-
Exposição permanente do Museu das Comunicações, «Mundos Comunicantes», 1997/2003.