Página 22 - Códice nº5, ano 2008

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Segundo o Código de Ética Profissional do Conselho Internacional de
Museus – ICOMaprovado por unanimidade na 15
a
AssembleiaGeral do
ICOM realizada em Buenos Aires, Argentina, em 4 de Novembro de
1986.
Na 20
a
Assembleia Geral realizada em Barcelona, Espanha, em
6
de Julho de 2001,foi revisto e as suas emendas foramaprovadas na
21
a
Assembleia Geral realizada em Seul, Coreia do Sul, em 8 de Outu-
bro de 2004, ummuseu é:
«
Uma instituição permanente,semfins lucrativos,ao serviço da socie-
dade e do seu desenvolvimento,aberta ao público,que adquire,con-
serva, pesquisa, divulga e expõe, para fins de estudo, educação e
lazer,testemunhosmateriais e imateriais dos povos e seuambiente.»
1
Recorrendo à definição de museu da APOM (Associação Portuguesa
de Museologia), 1979:
«
O Museu é uma instituição ao serviço da sociedade, que incorpora,
inventaria, conserva, investiga, expõe e divulga bens representati-
vos da natureza e do homem, com o objectivo de aumentar o saber,
de salvaguardar e desenvolver opatrimónio e de educar,no verdadeiro
sentido dinâmico da criatividade e cultura»
2
Neste âmbito questionamo-nos:
Porque seráqueumpaís ouuma instituição,quenão temmemóriadas
pessoas,que não valorizao seupatrimónio tangível e intangível,e não
(
re)conhece o seu passado, acrescenta dificuldades à preparação do
seu presente, ou pura e simplesmente não tem futuro?
Neste contexto e conjuntura, omuseu de empresa não deve ser visto
apenas comoumamaterializaçãodo regressoaopassadoda instituição,
pela acumulação organizada dos seus objectos museológicos, ou
peças emdesuso e/ou documentação emarquivomorto;não deve ser
entendido,apenas,como retorno a reviveres saudosistas,de tempos
que já lá vão, dos seus produtos e serviços únicos e/oumonopolistas;
ouaté,oquemuitas vezes acontece,quenão sãomais queexpedientes
político-estratégicos,recomendados como lugares ideais para deter-
minados eventos,homenagens,apenas a pessoas politico-economi-
camente importantes, tributos, muitos deles unicamente consegui-
dos como fruto de individualismos oportuníssimos e/ou de reconhe-
cimentos póstumos; ou ainda, para acautelar alguns distúrbios con-
sequentes de más consciências provocadas do não reconhecimento,
em tempo, de trabalhos relevantes.
O museu de empresa, hoje, como contributo de reflexão para o pro-
gresso sustentado de um país e da cidadania do seu povo, e no con-
texto da cultura e do mercado, é realmente muito mais do que uma
importante viagemàs suas origens:é tambémuma ferramentadeges-
tão da cultura de empresa, imagem de prestígio, um meio de comu-
nicação e
marketing
empresarial; é um instrumento fundamental,
emprocessos de reposição dememórias colectivas,essencialmente as
relacionadas com aspectos conjunturais, laborais e sociais, tanto do
envolvimento e desenvolvimento dos trabalhadores na construção e
melhoramento socioeconómico da empresa, como do investimento
técnico-científico,económicoe sociocultural,nopercursode crescimento
e melhoramento da empresa ao longo do tempo.
Ummuseu de empresamoderno,porque actual e actuante,pode res-
ponder pelo (re)conhecimento do passado organizacional da empre-
sa, tanto na sua importância para o desenvolvimento sustentável do
seu sector de actividade, no que se refere à produção, aos impactos
que se provocaram,àsmudanças que se efectuaram,às atitudes que
se tomaram, às transformações que se conseguiram, como enquan-
to recurso (in)formativo, sociocultural, educacional, no que se refere
aos meios e materiais, às ferramentas de fabrico, aos equipamentos
de aplicação e/ou utensílios de uso comum, no sentido de saber-
mos/compreendermos:
o que é…?
Recolha de correspondência