16
Enquadramento
complementaridade educativa: aprendizagens for-
mais, não formais, informais.
Que museografia interativa, interventiva e de exten-
são cultural – escola/museu/público?
Uma equipa com saberes acumulados (individuais ao
serviço do coletivo) mas não acomodados, comple-
mentares e partilhados pelo interagir cooperativo e
colaborativo, que se propôs envolver para desenvol-
ver com o seu empenho e desempenho experiencia-
do, o projeto/exposição «Comunicar na República».
Uma abordagem de trabalho investigativo em peda-
gogia de projeto.
De um questionamento e ref lexão sobre o ato de co-
municar e a República, de um alerta para a importân-
cia do património, do tornar comum para o bem das
coisas e da causa pública.
Caminhos de chegada à partida...
Que contributos, de todos e de cada um, para a qua-
lidade comunicativa?
Uma equipa que ref letiu e se questionou sobre as
problemáticas do como aperfeiçoar o comunicar na
Republica, visando práticas de referência conducen-
tes à melhoria da comunicabilidade, educabilidade e
usabilidade (trans)formativas das comunicações.
Porque é impossível deixar de comunicar, mesmo
quando o não desejamos – comunicar é existir, e,
sempre que comunicamos com alguém, vivemos.
Se vivenciamos, (com) participamos, (com) partilha-
mos... Convivemos. Estamos. Damo-nos aos outros.
Expomo-nos...
Somos. Transformamos a nossa «intencionalidade
comunicativa» em «realidade comunicante».
Caminhos comunicantes...
As «elipses temporais» – os eventos cronológicos para
melhor percepcionarmos o prosperar do «Comuni-
car na República»; os marcos histórico-ideológicos;
os envolvimentos da literatura e da arte; os desen-
volvimentos técnicos e tecnológicos das comunica-
ções postais e telecomunicações; os preliminares das
várias encruzilhadas evolutivas; o (re)construir dos
alicerces fundamentais, das plataformas estruturais
científico-tecnológicas, precursoras do comunicar/
telecomunicar de hoje – contributos para o imaginá-
rio colectivo das possíveis ambiências comunicacio-
nais da República portuguesa.
importa a Província! Que me importa mesmo o Por-
to! – A República fazemo-la depois pelo telégrafo.»
2
«O registo memorial do grande republicano Raul
Brandão, anterior ao 5 de Outubro, não poderia
ser mais assertivo. Com a queda da Monarquia e o
triunfo da República em Lisboa, o resto da metrópo-
le e as colónias viram-se dependentes da telegraf ia
para proclamar o novo regime e estabelecer a nova
ordem.
Desta forma, o desenvolvimento dos meios de comu-
nicação deu à República oportunidades nunca antes
alcançadas, assim como o novo regime de 1910 criou
as bases do progresso da ciência e da tecnologia.»
3
«Comunicar na República – 100 Anos
de Inovação e Tecnologia»
Da génese do projeto à sua filosofia
concetual e sua concretização, um trabalho
em equipa
Pretende-se, com este contributo do projeto/exposi-
ção, estabelecer pontes entre o passado e o presen-
te-futuro; dar a conhecer as etapas principais da (r)
evolução das comunicações postais e das telecomu-
nicações no decorrer dos cem anos da República; co-
adjuvar para melhor compreender a sua importância
no (des)envolvimento da sociedade, na (in)formação
geral das populações: «na política, na educação, nos
cenários de guerra, e, claro, na propagação de ideá-
rios», com recurso às infotecnologias e às técnicas de
comunicar – contribuirmos para o partir à descoberta
dos possíveis caminhos rumo à sustentabilidade cul-
turativa da sociedade do usufruto.
Caminhos de partida à chegada...
De uma experiência individual e coletiva, de um (re)
conhecimento do património das comunicações, de
uma metodologia de investigação e ação participati-
va, duas instituições, um conceito de meta-exposição
interpretativa. O ref letir, questionando sobre como
contribuir para (trans)passar as paredes do museu.
Como partir à sua (re)descoberta, articulando e inter-
-relacionando conhecimentos (da literatura, arte, ci-
ência, tecnologia, humanidades...) e experiências de
2. Raul Brandão,
Memórias
, vol. I, julho de 1910, p. 274.
3.
In
: Folha de Sala da Exposição «Comunicar na República
– 100 Anos de Inovação e Tecnologia» – Museu das Comu-
nicações, Lisboa.