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Da Revolução de Abril à Democracia
das artes. Estes fatores facilitam a divulgação e fami-
liarização com a arte e desenvolvem condições para
uma projeção internacional de autores e obras.
Podemos observar nas obras de videoarte criadas
para a exposição «Por Entre as Linhas», que, para a
arte, as novas tecnologias não significam o fim, mas
um meio à disposição da liberdade do artista, para
questionar o próprio visível, alterar a perceção, pro-
por um enigma e não mais uma visão pronta do mun-
do.
Mas uma das mais importantes condições das obras
contemporâneas é a exigência de uma determinada
atenção, de um olhar interpretativo do espetador.
A arte contemporânea desenvolveu-se ao longo do
século XX, até à presente primeira década do século
XXI, através de movimentos variados segundo ideias
de pluralismo e mundialização. Não existe um esti-
lo representativo da arte contemporânea mas uma
grande variedade de estilos, nomeadamente, a abs-
tração geométrica, o hiper-realismo, o fotorrealismo,
o expressionismo, o minimalismo, a abstração lírica,
a
op art
, a
pop art
, o expressionismo abstrato, a arte
concetual, a arte povera, o minimalismo, a
body art
,
a
internet art
e a
street art
(ou arte de rua), baseada na
cultura do grafito e inspirada na geração
hip-hop
, in-
terpretada, muitas vezes, como vandalismo.
tivos. Não busca o belo, o novo e o espanto como as
vanguardas da primeira metade do século XX.
A arte contemporânea propõe, através de uma maior
pluralidade expressiva, um espírito de experimenta-
ção favorecido pelas inovações tecnológicas. As artes
tornaram-se um outro veículo de crítica e de constru-
ção, desde as artes plásticas ao cinema, à literatura, à
dança, à música. Não existem estilos ou movimentos
como as vanguardas modernas. Desenvolve-se uma
pluralidade de estilos, de linguagens contraditórias e
independentes, convivendo em paralelo.
Esta produção mais diversificada e personalizada
revela uma preocupação com o desenvolvimento
urbano e suburbano, dedica especial atenção à sal-
vaguarda do património, às questões ambientais, hu-
manitárias, políticas e do quotidiano.
Outras características da arte contemporânea são
o uso de temáticas versando o corpo e o comporta-
mento assim como a utilização dos multimédia e dos
mais variados materiais, formas e técnicas.
Apontam-se como fatores potenciadores da expres-
são artística contemporânea, por um lado, o surgi-
mento de um mercado de arte mais especulativo e,
por outro, os contactos com escolas e artistas estran-
geiros. Surgem, por todo o País, galerias e locais de
exposição, mais publicações, mais artistas e amantes
Imagem 10. «Não ligar#1», Fernanda Fragateiro, 2007.
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