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Ditadura Militar e Estado Novo – Liberdade adiada
2) Dos «Navegadores Portugueses», em 1945, com
desenhos de Martins Barata representando Gil Ea-
nes, João Gonçalves, Bartolomeu Dias, Vasco da
Gama, Pedro Álvares Cabral, Fernão de Magalhães,
Gonçalo Velho e Diogo Cão
(selos 9 e 10)
;
3) Dos «Castelos de Portugal», em 1946, com dese-
nhos de Cottinelli Telmo representando o castelo de
Silves, castelo de Leiria, castelo da Feira, castelo de
Guimarães, castelo de Almourol, castelo de Lisboa,
castelo de Bragança e castelo de Ourém
(imagem 8)
.
4) Dos «Reis de Portugal da Primeira Dinastia», em
1955, com desenhos de António Lino, representando
as máscaras dos nove reis da I dinastia
(selo 11)
.
5) Do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique,
em 1960, com desenhos de José Pedro Roque rela-
cionadas com o Navegador
(selo 12)
.
6) Do V Centenário do Nascimento de Pedro Álvares
Cabral, em 1969, com desenhos de José Pedro Ro-
que, representando a reprodução do medalhão exis-
tente no claustro dos Jerónimos, o brasão de armas
da família Cabral e a frota de Pedro Álvares Cabral
(selo 13)
.
7) Do V Centenário de Vasco da Gama, em 1969, com
desenhos de Jaime Martins Barata reproduzindo um
mapa assinalando a rota seguida pela frota, o retrato
de Vasco da Gama, o brasão de armas do conde da
Vidigueira e as embarcações
São Gabriel
,
S. Rafael
e
Bérrio
(selo 14)
.
8) Do IV Centenário da Publicação de
Os Lusíadas
,
em 1972, com desenhos de Daciano Costa represen-
impunha valores, com vista ao controlo social. Na so-
ciedade ideal, hierárquica e imutável do Estado Novo
a educação não era considerada como um direito in-
dividual mas como uma necessidade do Estado para
a doutrinação moral e política, sobretudo no ensino
primário. Organizações como a escola, a Mocidade
Portuguesa, a Fundação Nacional para a Alegria no
Trabalho (FNAT), a Junta Central das Casas do Povo
(JCCP) e a Obra das Mães pela Educação Nacional
punham em prática os mecanismos de inculcação
da cultura popular, desenvolvida pelo Secretariado
de Propaganda Nacional (SPN), para o ensino, para
a orientação dos lazeres e até para a política para as
mulheres.
A filatelia enquanto elemento propagandístico dos
grandes valores da nação contribuiu para a divul-
gação das grandezas do passado tais como a «Re-
conquista», os Descobrimentos, a Restauração da
Independência, os reis e as suas dinastias, que alimen-
taram a produção filatélica deste período. São exem-
plos dessa produção as oito emissões, entre 1949 e
1972, que a par da ilustração desses feitos nacionais
nos permitem simultaneamente apreciar a evolução
estética da linguagem dos respetivos artistas.
São as emissões comemorativas:
1) Da fundação da dinastia de Avis
(imagem 7)
, em
1949, com desenhos de Pedro Guedes (D. João I, D.
Filipa de Lencastre, o infante D. Fernando e o infante
D. Henrique, D. Nuno Álvares Pereira, Dr. João das
Regras, Fernão Lopes e Afonso Domingues).
«Fundação da Dinastia de Aviz»: D. João I
e D. Nuno Alvares Pereira, com desenhos de
Pedro Guedes, 1949.
«Castelos de Portugal»: castelo de Leiria e castelo
da Feira, com desenhos de Cottinelli Telmo, 1946.
Imagem 7
Imagem 8