Máquinas e cunhos
32.690.000
$00
Utensílios postais
2.590.500
$00
Temos aqui um total de 348.172.000$00, ou seja, a usar-se nesse
tempo a moeda que temos hoje, 1.740.860,00 euros. Façamos a cor-
recçãomonetária e veremos o seu valor actual,paraalémdo valor que
o tempo vai acrescentando às peças únicas.
Sendo o acervo do Sector Postal constituído em larga medida por
peças que exerceram as suas funções no trabalho dos CTT, a sua
manutenção revela-se relativamente facilitada.Nãoháaqui aexigência
de ambientes artificiais,considerando índices de luz,calor,humidade,
etc., que preocupam os conservadores de outras áreas e obrigam a
arquitecturas complicadas devidoà fragilidade ouexotismodas peças,
ou mesmo ao seu cariz de bens transaccionáveis nos mercados da
arte ou outros.
Esta mais-valia, no entanto, não dispensa a existência de salas e
arquivos amplos e constantemente limpos e arejados, em que as
peças sejam encaradas com a dignidade que merecem, nunca como
se de objectos armazenados se tratasse.
As colecçõesde sinalização,mobiliário,receptáculospostais,transportes,
pesos e medidas, máquinas e cunhos, e utensílios postais, tirando
alguma situação especial, por exemplo, no caso de mobiliário, são
constituídas por peças provenientes dos locais de trabalhoonde foram
usadas no labor normal dos funcionários dos CTT;que cuidados devem
merecer? Aqueles a que no seu tempo útil estavam habituadas a
receber,isto é,limpezaescrupulosaemanuseamento cautelosoquan-
to baste, num ambiente natural e desafogado.
Peças como a ambulância de via larga estacionada na estação da CP
de Alcântara-Terra e a de via estreita estacionada na Secção Museo-
lógica da CP em Macinhata do Vouga, obrigam a inspecções periódi-
cas para além da manutenção regular, e exigem evidentemente ins-
talações adequadas em espaços do próprio Museu.
Tudo o que temmotor de combustão, como é o caso das auto-ambu-
lâncias Borgward e OM, os ciclomotores e motociclos, impõe a manu-
tenção normal dos veículos por técnicos da especialidade,que enten-
dam tanto de carburadores como de pneus.
Na colecção de pesos e medidas, os relógios, por exemplo, obrigam a
cuidados específicos,como sejama exigência de corda por vezes quo-
tidiana, e a lubrificação e limpeza por relojoeiros.
Demaneirageral,podemos entender que oacervo de ummuseu como
é o Museu dos CTT, que alia características de museu técnico às de
museus deoutrasáreas,obrigao seupessoal aumaposiçãomuitoespe-
cial e atenta, quer ao tratamento das peças quer ao desenvolvimen-
to que pode advir da prospecção do mercado, com vista a eventuais
aquisições que venham complementar ou completar as colecções,
que já são muito ricas mas, como é lógico, dificilmente acabadas.
Os Correios sempre tiveramuma importância económica e social ímpar
na história de Portugal.OMuseu dos CTT nasceu e evoluíu sob a tute-
la do Estado. Como qualquer outro museu do Estado, por imperativo
do papel desempenhado pelos Correios ao serviço do País durante
séculos, não se entende a inexistência de ummuseu especificamen-
te dedicado à memória da missão que lhes esteve confiada.
Impõe-seaexistênciade tal museu instaladode raiz comtodas as con-
dições actuais propiciatórias das funções inerentes aos museus, ins-
tituições culturais que espelhama vida de umpaís pertencente à cul-
tura ocidental, o qual desbravou o mundo e deve recordar-se do seu
passado no seu presente.
75
Ambulância ferroviária postal E3, acervo iconográfico da FPC.