Página 48 - Códice nº5, ano 2008

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Osmuseus devemser actualmente (e alguns são – sendo oMuseu das
Comunicações um excelente exemplo), tempos de interacção social,
de reflexão permanente, de investigação-acção participada (IAP)
face ao necessário e pertinente estudo continuado de públicos e ava-
liação da sua adequação conteudística; espaços de comunicabilida-
de funcional e operativa,amigáveis,interactivos,participativos;espa-
ços-tempos de intervenção educativa, de aprendizagem comple-
mentar articulatória do formal, não formal e informal; tempos de
satisfação no usufruto do seu espaço expositivo e de intervenção
sociocultural,lúdico-didáctica,oficinas pedagógicas promotoras deedu-
cabilidade pela construção de saberes autónomos relacionados, em
suma, da construção criativa de usabilidade educativa.
Comefeito,devemos aprender a aprender continuamente a conciliar
as mais diversas «artes», articulando várias formas de expressão e
representação artística, tecnológica, científica e social, conducentes
à melhoria de práticas educativas inovadoras, atractivas, sedutoras,
interventivas,lúdico-pedagógicas,capazes de cumplicidades visitan-
te/visitado, públicos/museus, tornando o usufruto do museu «ines-
quecível» numa perspectiva inter-relacional, articulatória e comple-
mentar ACTS – arte, ciência, tecnologia, sociedade; reinventando
memórias, pelo «parar o olhar para ver» para apreender o ver/ler a
arte de fazer,«ver para fazer saber»,promovendo uma cultura cien-
tífica, pelo explicado, fundamentado, compreendendo, humanizan-
do as (info)tecnologias,enquanto ferramentas facilitadoras de novos
acessos com sucesso a novos (re)conhecimentos – fazer saber com
sabor.
Deste modo, num processo «mágico» lúdico-educativo, de viagem
intemporal no tempo passado, presente, futuro presente, em espa-
ços de «deslumbramentos» vivenciados à volta das colecções, da
vida própria de cada peça, objecto museológico. Aí, as colecções
interventiva (museólogos, professores, técnicos, artistas... enfim,
novos pedagogos criativos), com vista a proporcionarmos ao visitan-
te do nosso Museu a consequente satisfação no/do seu usufruto.
Equipas de trabalho de projecto multi-especializadas, desde o recur-
so à experiência e/ou aos saberes dos museólogos tradicionais às
novasactividades relacionais perspectivadas pelanovamuseologiaedu-
cacional às quais,hoje,modernas equipas de animação pedagógico-
museal sociocultural darão cabal resposta.
Nonossoentender háquepromover intercâmbios intergeracionais,para
que esta animação pedagógica sociocultural seja promotora demul-
ticulturalidade e transversalidade multidisciplinar.
Agora a transdisciplinaridade sociocultural educativa,emRAC – redes
de aprendizagem colaborativa tem um papel fundamental na cons-
trução de novos «saberes autónomos» relacionados e os serviços
educativos dos museus, nomeadamente os museus de empresa e de
ciência, que é o caso do MC – Museu das Comunicações.
Assim,os espaços doMuseu das Comunicações proporcionam tempos
privilegiados paraa (des)construção criativadaescola,pela criação com-
preensão de ambiências comunicacionais favoráveis ao «saber com
sabor», pelo aprender a fazer saber com o prazer de comunicar edu-
cacionalmente...
Experiências comunicacionais «inesquecíveis», porque facilitadoras
de novas tipologias de aprendizagens lúdico-(in)formativas relevan-
tes, importantes, significativas activas e actuantes, que provocam e
promovem(trans)formaçãopelo (des)envolvimentopessoal,pela inter-
venção sociocultural, artística e/ou técnico-científica.
Agora, as intervenções educativas devem funcionar como ferramen-
tas SiM – sensibilizar, informar, motivar, causadoras da melhor com-
preensão do exposto e da necessidade de voltar a usar e fruir por
todos e, acima de tudo, recomendados por estes a outros.
Guarda-fios em 1864, aguarela de Luís Jardim Portela, 1962, acervo iconográfico da FPC.