Página 44 - Códice nº5, ano 2008

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internet e qual o seu verdadeiro papel, tanto nas conjunturas edu-
cacionais (educação formal/educação não formal), quanto na con-
textura institucional e sócio-cultural.
Aprender como aperfeiçoar o fazer saber, pelo comunicar ciência e
tecnologia através dos SIMCC, promovendo o prazer da aquisição de
conhecimentos científicos de uma forma agradável, não formal,mas
complementar e articulatória da educação formal,é o perspectivar da
aprendizagem (colaborativa) ao longo da vida.
Apreender conceitos como comunicabilidade das ciências, usabilida-
de das tecnologias, com vista à educabilidade social, é prepararmo-
nos para melhor entendermos como contribuir para a construção de
saberes autónomos relacionais dos visitantes dos museus de ciência
e tecnologia (MCT) e respectivos sítios na internet (SIMCT).
Assim, consideramos imperiosos termos a preocupação de responder
em pertinência:
Oqueessencialmenteapreendemos nossos visitantes,comvistaàaqui-
sição e/ou consolidação de conhecimentos científicos, técnicos e tec-
nológicos,artísticos…,pertinentes,úteis,significativosparaa interacção
relacional de saberes, transformativos (paramelhor) de quotidianos,
modos de vida?
Deste modo, passou a constituir uma das nossas preocupações prin-
cipais, ou seja:
Que tipo de divulgação de ciência proporcionamos e quais os contri-
butos reais para a promoção da cultura científica,promotora de qua-
> focalizar as nossas atenções na forma e conteúdo do comuni-
car ciência hoje, através dos MCT;
> investigar,comvista amelhor nos consciencializarmos da impor-
tânciaenecessidade de preocupações reflexivas,promotoras de
resultados inerentes à satisfação dos públicos destinatários
dos MCT;
> contribuir, com propósito, para uma melhoria, que pretende-
mos significativa,dos serviços educativos dosMCT,realizandoacti-
vidades deacçãopedagógicamais credíveis,mais úteis,mais cria-
tivas e funcionais;emsuma,mais fáceis deapreender o conteúdo
a transmitir,esteticamente apelativas,agradáveis,capazes de
fazer usufruir o utilizador da satisfação de aquisição de saber
com sabor.
Evocamos, a propósito, Barthes (1978, p. 21), quando, na sua lição
inaugural no Collège de France, reinventando a semiologia literária,
fala do sabor da sabedoria – a«sapientologia»,lugar,onde«a escri-
ta faz do saber uma festa»;diríamos nós,aqui,na realidade comque
nos confrontamos,ondeamuseologiada ciênciae tecnologiapretende
fazer também do «saber uma festa» sociocultural.
Fomos constatando, cada vez mais, por experiência pessoal e profis-
sional,da importância cada vezmaior dos sítios na internet dosmuseus
centros de ciência (SIMCC), da necessidade de uma percepção realis-
ta do que se ensina e se aprende nummuseu centro de ciência, tanto
nas visitas presenciais,como nas visitas virtuais ao respectivo sítio na