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modelo de apresentação e acesso a museus e centros de divulgação
científica,redefinindo seupapel como instituições dedicadas aaumen-
tar o grau de percepção pública da ciência e da tecnologia. Surgem,
portanto, as questões de como utilizar o ambiente virtual comomeio
educacional, e quais são os tipos de aprendizagem mais adequadas
paraa internet,especialmente relacionadosàeducaçãocientífica.Trata-
se,então,deanalisar de forma críticaquais sãoas possibilidades e limi-
tações únicas da internet para os museus científicos.»
Neste âmbito, consideraremos que não podemos nemdevemos falar
de interacção educativa formal, não formal, informal no contexto da
intervenção escola/museu de ciência e tecnologia,junto dos públicos
escolares, sem referenciar os seus respectivos sítios na internet.
Neste sentido, a sustentabilidade funcional, operativa, sociocultural
dos serviços educativos museais, passa também por uma atitude de
empreendedorismo na aprendizagem não-formal.
Importa, pois, que reflictamos agora sobre os MCT e, para isso, recor-
remos de novo ao questionamento que nos inquieta:
> Serão os MCT capazes de fazer os seus visitantes usufruir com
prazer, na e pela aquisição, apropriação e/ou consolidação de
conhecimentos científicos,despertando posturas de valoração
da ciência, estima pelas instituições científico-tecnológicas e
acima de tudo contribuir para o desenvolvimento,alargado,de
um«espírito científico» contemporâneo?
> Serão osMCT uma bolsa de recursos educativos capazes de uma
construção contributiva para fazer produzir e realizar a comu-
nicaçãoda ciência,tendo como consequênciaumaeducabilidade
social sustentada, pela promoção e desenvolvimento de uma
«
cultura científica»melhor e mais adequada às necessidades
do nosso tempo?
Assim, consideramos fundamental:
aprendente, no contexto social do museu e sua educabilida-
de;
2
> consciencializar (des)empenho das comunidades sociais envol-
ventes e parcerias institucionais para a necessidade e impor-
tância da sua contribuição na preservação desse património
e sua comunicabilidade;
3
> interagir social pelo proporcionar à população, meio social
envolvente,o gosto da contemplação e compreensão do valor
e significado do património cultural, científico e educacional,
como contributo para o enriquecimento pessoal e colectivo e
sua usabilidade educativa.
Importa, também, referir a convergência espácio-temporal do patri-
mónio cultural,no seu todo comunicacional,científico,educacional…,
porque não se deve, ou pode, falar de passado sem pensar prospec-
tar o futuro,atendendo aque,cada vezmais,os lugares de futuro são
osmuseus que se transvazamde si próprios,namedida emque se per-
mitementender,envolver,porque possibilitama compreensão do seu
passado, presente tangível e intangível e estes se tornarammaiores
que as suas colecções, e estas tiveramque sair de si próprias e do seu
universo museal, para se imiscuírem interagindo de uma forma cúm-
plice, viva e atractiva com as pessoas e os seus quotidianos
22
.
Por outro lado, os MCT não existem na sua plenitude sem o respecti-
vo sítio na internet,semum«lugar cativo»no ciberespaço,semcons-
tar referenciados nas primeiras páginas da internet dos motores de
busca globais, nacionais e até mundiais, sem interagir em rede com
outrosmuseus e/ou instituições culturais e educativas internacionais.
De acordo com Sabbatini
23
,
num artigo publicado na revista electró-
nica de jornalismo científico
ComCiência
pode ler-se:
«
O surgimento dos sistemas de comunicação digitais através de redes
de computador, e especificamente internet, estão criando um novo
Sala de exposição permanente do Museu dos CTT, na Rua D. Estefânia, Lisboa, acervo iconográfico da FPC.