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No Sector Postal, destaca-se o trabalho de D.Maria da Guia,no regis-
to de fichas e no inventário do material.
No Sector Filatélico e Artístico, tanto a dedicação, o empenho e a
cientifícidade do trabalho da D. Filomena Ferrão, evidenciados
com a montagem de selos para exposição, como o perfeccionismo
do Sr. Daniel Almeida, no que respeita a registo e arquivo de selos,
constituiram-se em correntes de átomos transformadores do devir.
O contributo do arquitecto Luz Correia, que introduziu uma nova
imagem e uma nova política na vertente artística, constituíu mais
um pilar das pontes culturais a partir das quais o Museu se vem pro-
longando. Tendo ingressado no Museu dos CTT em 1974, cons-
ciente das escassas possibilidades económicas do Museu e mesmo
condicionado pelas instalações, acreditou nos objectivos peda-
gógicos do Museu e apostou na dinâmica de projectos inovadores,
fazendo com fosse visível a dinâmica do Museu dos CTT, nessa
época convidado a fazer parte da APOM – Associação Portugue-
sa de Museus. A convite de Luz Correia, vários artistas gráficos
colaboraram na elaboração de cartazes, vinhetas e edições de
publicações, cujo sucesso se estendeu à Direcção da Filatelia dos
CTT.
Com saberes e aptidões multifacetadas, colaborou empenhada-
mente nas diversas áreas do Museu, instalações para restauros,
arranjos e beneficiação de peças diversas, telefones, telégrafo e
até nas próprias diligências. A ele se deve o calcetamento do logó-
tipo dos Correios, no passeio da rua onde se situava o Museu.
Sem fazer crónica ou história, mas no propósito de laurear aque-
les cujo mérito deveria ter sido coroado, relembramos que também
ao Sr. Luís Trindade se deve a concepção do equipamento e mon-
tagem da exposição permanente, bem como a ilustração de page-
las e decoração de selos. Regista-se a colaboração eficiente do pes-
soal da Secretaria, em especial da D. Ilda Franco. E entre os vários
colaboradores, não colocados no Museu, destacamos o trabalho
do arquitecto Martins Barata, com publicações e quadros a óleo
e a contribuição do Sr. Rosário Silva, sobretudo com os azulejos da
fachada do Pavilhão da Mala-Posta. Acácio Santos e Vasco Lapa fica-
rão para sempre connosco na concepção e edição de publicações
e montagem de exposições.
«
Quando nos detemos nesta matéria, confrontados com a histó-
ria de vida do nosso Museu e dos intervenientes que nos legaram
não só um património de objectos, mas toda uma escola de con-
duta e aprendizagem, damo-nos conta de como as pessoas envol-
vidas nesse projecto, estavam atentas e em consonância com o evo-
luir dos conceitos e das aplicações práticas.»
(
Maria da Glória Fir-
mino)
Para compreendermos o presente e prepararmos o futuro é preci-
so conhecermos o passado. O verdadeiro valor histórico está nos
factos e nas pessoas que transcenderama sua época, ou seja, aque-
les que se projectaram no tempo e, materializando-se ou não,
não entram no vaso do esquecimento.
Se é inegável a acção dos presidentes, directores, chefes, já refe-
renciados e dos quais a história já fez história, também jamais
será possível olvidar os actos, as vozes e os rostos daqueles que,
com alma, esforço e dedicação, tudo fizeram para sermos a Casa
que hoje somos.
Ao ouvirmos a Dr.
a
Maria da Glória Firmino, narradora e protago-
nista desta aventura, ora nos tornámos figurantes, ora protago-
nistas, ora espectadores atentos. Com ela desvendamos o passado,
conhecemos as memórias daqueles que, de mãos dadas consigo
e com a história, contruíram o Museu dos CTT e alicerçaram o
Museu das Comunicações.
Exposição temporária de folhas iluminadas de Francisco Sá Nogueira, no Museu dos CTT, na Rua D. Estefânia, Lisboa, acervo iconográfico da FPC.
ANCIÃES, Alfredo Ramos,
O Museu dos CTT
,
Lisboa: Arquivo UNL, 1988/1989. Disponí-
vel também em Arquivo do Grupo dos Amigos do Museu das Comunicações.
ANCIÃES, Alfredo Ramos.
FIRMINO, Maria Glória,
Testemunhos Orais.
FIRMINO, Maria Glória,
António Mora Ramos, 2º Conservador – Chefe do Museu dos CTT,
( 1952-1958).
FIRMINO, Maria Glória,
Luís Trindade.
SANTOS, Alva, «O m
useu da Génese à Fundação»
,
in revista Códice , ano X, série II, 2007,
anual, número quatro.
CTT, CDI. O Museu dos CTT, Pequena história desde a sua fundação até à actualidade, Lis-
boa, SEP – CTT, 1975.
CTT,
Jornal dos CTT
e TLP, nº 13, Abril 1989.
CTT,
O Museu dos CTT Português
,
Lisboa, Serviços Culturais dos CTT, 1973.
B I B L I O G R A F I A