Página 8 - Códice nº5, ano 2008

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deslocado para S. Mamede ao
Caldas. Só tinha duas pessoas a
si adjudicadas,no entanto fun-
cionava muito bem, graças ao
empenhamento de seres extra-
ordinários,como,por exemplo,o
pai do engenheiro Maia Ataíde
que ía lá orientar, o funcioná-
rio da portaria, um senhor des-
tacado, que tinha sido cartei-
ro/monitor, e que era fantás-
tico a fazer visitas, isto é, «um
homem, da parte postal, que
fazia visitas guiadas!» e, tam-
bém os contínuos. Lembram-se
do Rufino? – «O Rufino ficou li-
gado às coisas doMuseu».Mas
não esqueçamos que nestas
instalações ainda trabalhou,
entre outros,o inspector Ataíde
que, segundo informação do correio-mor, já tinha começado a orde-
nar e articular todo o material depositado na casa da Rua Mouzinho
da Silveira.
O espaço estava ainda longe de se ajustar aos conteúdos, aos objec-
tos e, em 1954, sendo segundo conservador o Dr. Mora Ramos (1952-
-1958),
oMuseumais uma vezmuda de casa,e vai,então,para a Ave-
nida Fontes Pereira de Melo.
O Dr.Mora Ramos não pára. Era, diz-nos a Dr.
a
Maria da Glória Firmino:
«
umchefe dinâmico e cheio de entusiasmo pelo seumister,pois,além
da sua competência como professor, tinha, sempre, um sentido prá-
dedivisãopara trabalhar nosen-
tido de «encarar-se rapida-
mente a efectivação da criação
do museu»
.
Diz-nos a terceira conservadora,
Dr.
a
Maria daGlória Firmino,que
a investigação de Godofredo
Ferreira e a publicação dos seus
trabalhos constituíram uma
base tão poderosa para a vida
do Museu que, mesmo após os
curtos períodos de trabalho do
primeiro (1947 a 1952) e segundo
conservadores ( 1952 a 1958),
continuaram a alimentar o seu
crescimento.
Noentanto,apesar deo correio-
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mor, em 1934, ter referido a
efectiva criação rápida do
Museu,e de este ter sido criado
em 1878, depressa ficou, novamente, pendente ou esquecido. Ainda
que a política inicial do Estado Novo fosse favorável à criação de
museus, este só voltou a ter existência oficial em 1947.
Em simultâneo com a refundação do museu, institui-se, pela primei-
ra vez,o cargo de conservador chefe,e o Dr.Mário Gonçalves Viana foi
nomeado primeiro conservador (1947/1952).
No tempo do primeiro conservador, o Dr. Mário Gonçalves Viana, os
museus desempenhavam um importante papel na cultura portu-
guesa. Era, por consequência, urgente uma nova mudança (1947).
Assim, e na perspectiva de crescimento doMuseu, todo omaterial foi
Mário Gonçalves Viana, primeiro conservador chefe do Museu dos CTT, no seu gabinete na rua de São Mamede ao Caldas, Lisboa, 1949, acervo iconográfico da FPC.
Telégrafos em exposição no Museu dos CTT, na rua de São Mamede ao Caldas, Lisboa, 1949, acervo iconográfico da FPC.