Página 85 - Códice nº3, ano 2006

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infra-estrutura social por cima da infra-estrutura física», lembrando
que «os utilizadores mais pioneiros da Internet eram
geeks
e
hac-
kers
que estavam a usar a
web
com objectivos sociais. A partir de
toda essa interacção social, aperceberam-se de que se encontras-
sem uma maneira de cederem um bocadinho de controlo, poderiam
inventar novos modelos de produção». E foi o que aconteceu:
«
Penso que essas interacções atingiram a massa crítica», aler-
tando que «há um perigo, que é o de assumir que se consegue
agarrar algumas destas ferramentas, capazes de produzir uma
grande dinâmica social na
web
pública e acreditar que elas vão
funcionar da mesma maneira dentro das empresas. Imagine que
desenvolve uma grande ferramenta que o deixa construir novas apli-
cações sozinho para gerar formulários e colher dados. Pense no
que poderia acontecer ao departamento de recursos humanos
quando obtém todos aqueles relatórios descentralizados. Há um risco
também aí».
Web 2.0 e o futuro da Internet
Mesmo sendo aWeb 2.0 apenas uma das formas de comunicar na
Internet, é concerteza uma das componentes que mais influencia
a evolução da Internet. A questão que se coloca e foi colocada aos
fundadores da Internet, é como é que esta será dentro de dez
anos. Vint Cerf, co-criador da Internet, considera que dentro de
dez anos a net «terá entre 2 a 3 biliões de utilizadores, terá mais
dispositivos na rede do que pessoas, imensos arquivos de conteú-
do de entretenimento e muitos serviços de terceiros para gerir dis-
positivos,muito acesso
wireless
,
terá grande quantidade de fibras
e cabos de alta velocidade para consumidores… E ainda dispositi-
vos móveis totalmente capacitados para a
web
,
serviços de busca
muito mais refinados com componentes verticais significativos,
muito mais interacção colaborativa, transacções financeiras expres-
sivas, propaganda
online
mais diversificada, uma Internet inter-
planetária com dois planetas operacionais – Terra e Marte – e pla-
nos para a estender para outros planetas». O outro co-fundador,
Robert Kahn, considera a Internet como um veículo de interacção,
comercial e de acesso à informação. E salienta: «O potencial de
interacção entre empresas não foi explorado nem perto do que
poderia ser. Hoje, a maioria das pessoas que acede aos
sites
cor-
porativos para ver o que as empresas estão a oferecer, talvez façam
pedidos.Mas isso está só no começo. A capacidade de a própria Inter-
net facilitar o encontro de organizações virtuais será muito impor-
tante. Ainda não aconteceu realmente,mas acho que é um dos pró-
ximos passos que veremos».
Já Guru Parulkar, que desenvolve actividade neste domínio das
redes há 20 anos, e é hoje director de programas da divisão de sis-
temas de computadores e redes da National Science Foundation dos
EUA, lembra que o futuro passa pelo seguinte:«O que os utilizadores
queremé poder criar a sua própria rede virtual como seu próprio com-
portamento, segurança, robustez e qualidade de serviço. Ao invés
do transporte ponto a ponto, se lhes der o mecanismo pelo qual
obtêm a sua própria rede virtual, as corporações ficarão mais feli-
zes».
Tecnologias da Web 2.0
1
>
Sistemas operativos:
YouOS, EyeOS, Goowt, NetVibes.
2
> Software de entretenimento e aplicações:
Meebo, Flickr, Vimeo.
3
> Tecnologias de desenvolvimento;
AJAX, NET and PHP.