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va do rádio. Além desta, colocava-se outra questão. A divisão dos
proveitos era a seguinte:75%do total das receitas das taxas de trân-
sito revertiam para o Ministério das Colónias
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e 25% para a Adminis-
tração dos CTT (AGCT).OMinistério das Colónias exigia que lhe fossem
pagas directamente as quantias que lhe diziam respeito,pelo que as
companhias eram obrigadas a reduzir
as mesmas em todos os mapas mensais
que serviam de base às contas com a
AGCT, onde entravam também o movi-
mento telegráfico trocadoentreametró-
pole e as colónias. Devido a esta forma
de proceder, nunca eram consideradas
as quantias totais pagas ao Estado por-
tuguês e podiam passar despercebidas
diferenças como a verificada no tráfego
de SantaHelenaem1935.As negociações
comas companhias deviam incidir sobre
a totalidade de verbas pagas ao Estado
português.
A atribuição a uma única entidade da
liquidação das contas com as compa-
nhias e a fixação de uma relação simples
para a partição das receitas comos dois
serviços interessados (ADGC e Colónias)
seria da maior vantagem para todos.
A divisão na partição de receitas actual, cerca de 50%para a ADGC e
50%
para as colónias, devia ser mantida.Tudo indicava que, uma vez
fixados os novos quantitativos das taxas,estas iriam liquidar os débi-
tos respectivos nas contas que as colóniasmensalmente organizavam
com a ADGC.
Couto dos Santos e Vaz Pinto defendiam que as negociações das
taxas de trânsito e das taxas telegráficas pagas por Portugal às com-
panhias pelo serviço para as ilhas adjacentes e colónias fossemsimul-
tâneas. Diziamainda que só se podia obter uma solução satisfatória
por negociação directa com as diversas companhias, pois existiam
contratos dispersos, assinados com as
diversas companhias em épocas dife-
rentes. Concretizando, estimavam que
no tráfego da América do Sul se regis-
tara em 1935 um desvio de cerca de um
milhão de palavras, correspondendo a
uma redução de 200 000 francos ouro
nas taxas de trânsito. Outro tanto, no
mínimo, teria sido desviado em 1936.
Referiam ter conhecimento que se pro-
jectava uma ampliação para as instala-
ções de rádio na ilha de Ascensão cujo
encargo anual (instalação e exploração)
seriade 400 contos,admitindoumperío-
do de amortização de 30 anos e uma
taxa de juro de 4% ao ano. As instala-
ções que estavam já em funcionamen-
to haviamconstituído umencargo idên-
tico. Quando as duas vias estivessem
montadas, poderiam desviar em con-
junto 4 milhões de palavras/ano. Os cabos que tocavam em São
Vicente passariama ser apenas usados como via de recurso nos casos
emqueas ligações radioeléctricas da ilhadeAscensãonão fossemsufi-
cientes e o mesmo sucederia aos que, provenientes de Cabo Verde,
amarravam em território metropolitano.