que este serviço trouxe consigouma considerável
melhoria no transporte das correspondências.
Verificou-se,assim,um significativo avanço no sis-
tema de transporte de correio, não só em termos de
regularidade e rapidez dos percursos,mas sobretudo na
segurança das cartas confiadas aos Correios.
De facto, os solitários portadores de corres-
pondências a pé e a cavalo eram, não raras
vezes, alvos fáceis para os salteadores e ban-
doleiros que infestavamalgumas das estradas
do reino, constituindo, como tal, uma perma-
nente preocupação para os responsáveis dos Ser-
viços Postais.
Para uma mais fácil abordagem do longo percurso
da Mala-Posta, deverão ser considerados três
momentos, que dizem respeito a lapsos de tempo e
desenvolvimentos diferentes deste Serviço. Assim:
O
1
° Período
(1798
a 1804) corresponde à primeira
experiência da Mala-Posta com a carreira Lis-
boa/Coimbra;
O
2
° Período
(1826
a 1831) diz respeito a uma segun-
da tentativa,algo frustrada,de estabelecimento de
Carreiras demuito curta duração entreVila Nova
da Rainha e as Caldas da Rainha e Aldeia Gale-
ga e Badajoz;
O
3
° Período
(1852
a 1871),reporta ao período em
que a Mala-Posta se afirma como sistema de
transporte, só vindo a ser ultrapassada pelo
caminho de ferro, quando do seu alargamento
a vários pontos do país.
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Padrão de légua para sinalização de estradas, mais tarde conhecido por Marco da Mala-Posta, 1788.
Pintura conjectural da paragem da Mala-Posta. José Pedro Roque, 1973.
No que diz respeito à rede viária,começou por ser
reconstruída a estrada Lisboa/Coimbra, que se
encontravanuma situaçãodeplorável,colocando-
se umnovo pavimento «macadamizado», cons-
truindo-se algumas pontes e corrigindo-se parte do
traçado da velha estrada de D. Maria.
Após a conclusão destas obras,foi iniciada a cons-
trução
do troço da estrada que ligaria a cidade de Coim-
bra ao Porto, onde viria a chegar em 1859, ao
mesmo tempo que eram lançadas obras em vários
pontos do país.
Neste período,o esforço de investimento traduziu--se
num significativo aumento da rede viária nacional.
Dos 218kmdeestradas existentes,quandoda chegada
de Fontes PereiradeMeloaopoder,atingiram-seos 678
km construídos e mais 120 km em construção, quatro
anos mais tarde. Como se pode verificar desta muito
breve referênciaàhistóriada rede viárianacional,o ver-
dadeiro surto de desenvolvimento das estradas chega
bastante tarde; mas é graças a ele que será possível
estabelecer, com algum impacto, o Serviço da Mala-
Posta que passaremos a tratar.
A Mala-Posta em Portugal
Apesar de todos os condicionalismos inerentes à
rede viária portuguesa que impediram, de alguma
forma,que aMala-Posta assumisse a projecção e
eficácia atingidas em outros países europeus,
pode-se dizer, sem qualquer espécie de dúvida,