Nos anos a seguir à Primeira Guerra Mundial, Portugal foi um dos países líderes nas viagens aeronáuticas, ocupando o terceiro lugar entre as nações que mais contribuíram para o desenvolvimento da navegação aérea.
Em 1924, os aviadores Brito Paes, Sarmento de Beires e Manuel Gouveia desafiaram os céus e escreveram história ao realizar a audaciosa e inédita viagem aérea entre Portugal e Macau, abrindo caminho para a era moderna da aviação.
Entre os vários objetivos de chegar a Macau, estavam, estreitar a ligação de Portugal às suas colónias e demonstrar as competências aeronáuticas dos portugueses.
Partiram a 7 de abril, de Vila Nova de Milfontes e chegaram a Macau, a 20 de junho do mesmo ano. O avião “Pátria” e depois o “Pátria II”, percorreram 118 horas de voo por três continentes (Europa, África e Ásia) e três oceanos (Atlântico, Índico e Pacífico), num total de 16.760 quilómetros.
Encontrar um avião com qualidades técnicas para esta viagem e obter financiamento para o empreendimento, foram dois dos obstáculos a ultrapassar. Para isso foi essencial a contribuição de Brito Pais e de Sarmento de Beires, e, em particular, a subscrição pública que entusiasticamente se propagou por todo o país e junto da comunidade portuguesa da diáspora.
O apoio aos aviadores era diariamente seguido pelos jornais e a mobilização espalhava-se por toda a população. Isto numa fase em que Portugal vivia grande instabilidade social, política e económica, no pós-guerra. O Estado debatia-se com dificuldades económicas graves e o Governo não se mostrava disponível para assumir os custos da viagem.
Graças a um extenso relatório com o traçado de rotas, cálculos e estimativas aeronáuticas, entregues por Brito Paes ao Diretor de Aeronáutica Militar, conseguiram-se minimizar os riscos inerentes à viagem.A 8 de setembro de 2024, o Diário de Lisboa anunciava na primeira página “A chegada dos aviadores”.
No próximo dia 17 de outubro, participe na palestra tributo a Brito Paes, Sarmento de Beires e Manuel Gouveia, apresentada por Joaquim Falcão de Lima, historiador e autor do livro “O Sonho de Voar: A voar nas memórias de uma viagem pioneira”.
Entrada gratuita.
17 de outubro | 19h
Núcleo expositivo sobre o controlo do espaço aéreo
Ainda na exposição permanente, poderá igualmente visitar a mostra Connecting Stories, Pioneiros da aviação, em Portugal e na Eslovénia.