Os selos postais e o colecionismo

A invenção do selo teve um forte impacto no desenvolvimento das comunicações no Mundo. A sua importância foi tão notável que lhe foi sendo atribuído um valor museológico e de colecionismo.

Em 1837, Rowland Hill, um professor de liceu britânico, publicou uma pequena brochura intitulada “A reforma dos correios: a sua importância e vantagens”. A sua ideia era colar nos sobrescritos uma espécie de recibo que garantisse que o porte já estava pago e que as mensagens seriam levadas ao destino. Criou, assim, o selo postal. Foi o próprio Rowland Hill quem desenhou o primeiro selo do mundo: o Penny Black, impresso a negro e com o valor de um péni.

O selo começou a circular no dia 1 de maio de 1840 e ganhou logo a confiança da população. O novo método de franquia era tão cómodo e eficaz que a reforma postal inglesa foi rapidamente adotada pelos correios de todo o mundo.

Em Portugal, o primeiro selo entrou em circulação em 1 de julho de 1853. Foi desenhado por D. Fernando de Saxe-Coburgo e tinha o perfil da rainha D. Maria II, sua esposa. Esta primeira emissão filatélica portuguesa foi gravada por Francisco da Borja Freire e impressa na Casa da Moeda de Lisboa. Os selos tinham as taxas de 5, 25, 50 e 100 reis, respetivamente.

As primeiras emissões filatélicas portuguesas, reproduziam, à semelhança de outros países, apenas a efígie dos monarcas. Algumas décadas mais tarde, em 1894, surgia a primeira emissão comemorativa portuguesa para assinalar a passagem do “V Centenário do Nascimento do Infante D. Henrique”. A partir dessa altura, o selo passou a divulgar efemérides relevantes da história e da cultura, assumindo-se como um autêntico embaixador do país.

As pessoas começaram a interessar-se por aqueles pequenos pedaços da história e do mundo que o selo guarda para a posterioridade e muitas passaram a coleciona-los.

Em Portugal, a Fundação Portuguesa das Comunicações é a única guardiã de peças filatélicas desde o século XVI até à atualidade, as quais testemunham a História da Filatelia em Portugal. Aí se podem conhecer, para além dos selos, outros materiais como os inteiros postais ilustrados; os desenhos originais dos selos produzidos por inúmeros artistas plásticos portugueses; sobrescritos; carteiras, carimbos, entre outras peças.

A produção filatélica portuguesa é mundialmente reconhecida desde há longos anos, pela sua elevada qualidade artística. Várias emissões de selos têm sido objeto de distinção e premiadas, sendo por isso muito procuradas nos meios filatélicos nacionais e internacionais.