A história das listas telefónicas em Portugal remonta ao final do séc. XIX. A 13 de janeiro de 1882, foi assinado, no gabinete do Diretor-Geral dos Correios, Telégrafos e Faróis, o Conselheiro Guilhermino de Barros, o contrato de concessão com a Edison Gower Bell, que obrigava a instalar as redes telefónicas públicas de Lisboa e Porto. Três meses mais tarde, procedeu-se à inauguração oficial da rede telefónica de Lisboa, nas instalações da referida empresa, onde se encontravam instalados 32 telefones.
Nessa altura, fizeram-se demonstrações de várias experiências para revelar a versatilidade do aparelho, nomeadamente transmissão de voz, canto e música. Foram convidadas várias individualidades do corpo diplomático e consular, bem como altos funcionários da Edison Gower Bell. Na ocasião, Guilhermino de Barros fez um discursou onde enfatizou o futuro auspicioso do telefone, o que de facto veio a acontecer desde os primeiros momentos em Portugal, já que foi muito rápido o crescimento da sua utilização nos mais diversos sectores da sociedade.
A 19 de maio do mesmo ano, foi publicada a primeira lista telefónica de Lisboa, com 22 assinantes, passando a 35 nas duas semanas seguintes. A partir desta data, os pedidos de instalação de telefones nas residências particulares e empresas continuaram a aumentar a bom ritmo na cidade de Lisboa, enquanto que no Porto, a instalação das redes chegaria no primeiro dia de junho de 1882.
Ao longo das décadas, as listas telefónicas foram crescendo em número de contactos e de impressões, sendo distribuídas de norte a sul do país. Faziam parte do quotidiano das famílias portuguesas, encontrando-se em cada casa, junto ao telefone. Hoje em dia as listas telefónicas caíram em desuso e só são impressas por encomenda. No Museu das Comunicações guardamos algumas das mais antigas listas do nosso país, um importante registo da História das comunicações em Portugal.