Édouard Branly: da radiocondução à telegrafia sem fios

São muitos os inventores que contribuíram para o desenvolvimento das comunicações. No século XIX era frequente trabalharem nas mesmas inovações, em diferentes países, sem disso terem conhecimento. Foram anos de muita criatividade e produção. Muitos dos equipamentos criados e melhorados nessas décadas encontram-se no Museu das Comunicações.

Para dar rosto a alguns destes inventores destacamos este mês Édouard Branly que nasceu a 23 de outubro de 1844, em França. Foi um aluno brilhante, tendo-se doutorado em duas áreas, ciências físicas e medicina.

Realizou inúmeras investigações e experiências no campo do eletromagnetismo que o conduziram à invenção do coesor, o primeiro detetor de ondas magnéticas. O trabalho foi então submetido à Academia de Ciências de Paris.

Graças às descobertas de Branly e ao seu trabalho sobre o princípio da radiocondução e controle das ações produzidas à distância por ondas elétricas, que Guglielmo Marconi fez em 1899 as ligações radiotelegráficas que marcaram o nascimento da telegrafia sem fios, estabelecendo a primeira ligação da telegrafia elétrica.

O telegrama, enviado de uma estação instalada em Inglaterra para outra localizada em França, era dirigido a Branly e dizia: “O Sr. Marconi envia ao Sr. Branly seus respeitosos cumprimentos pela telegrafia sem fio através do Canal – STOP – Este excelente resultado é parcialmente devido ao notável trabalho do Sr. Branly – STOP”.

Na verdade, todos os recetores usados durante aquelas experiências, tanto em terra como a bordo dos dois navios no canal da Mancha, foram equipados com condutores de rádio projetados por Branly.

Em 1921, Édouard Branly foi recompensado com o prémio Nobel da Física, em reconhecimento pela sua contribuição para o desenvolvimento da telegrafia sem fios.

Para saber mais sobre esta história visite a exposição “Vencer a Distância – Cinco Séculos de Comunicações em Portugal“.