DATAS E FACTOS DO CABO SUBMARINO EM PORTUGAL (1855-2015), José Vilela
Inauguração da rede telegráfica elétrica em Portugal, ligando o Terreiro do Paço, as Cortes, o Palácio das Necessidades e Sintra. Lançados os primeiros três cabos telegráficos subfluviais no rio Tejo (372 metros), rio de Samora (190 metros) e no vau de Alcochete (50 metros). Lançado sob o rio Minho, entre Valença e Tuy, um outro cabo telegráfico subfluvial de três fios e com uma extensão de 195 metros. A Falmouth Gibraltar and Malta Telegraph Company, Ltd. inicia o lançamento do primeiro cabo submarino atlântico a amarrar em território português, entre Carcavelos e Gibraltar. Outro cabo foi lançado para ligação entre Carcavelos e Porthcurno (Inglaterra). Estabelecida a ligação telegráfica entre Portugal Continental, Madeira, Cabo Verde e Brasil. Lançamento do cabo telegráfico submarino da Eastern Extension, Australasia China Telegraph Company, entre Hong Kong e Macau. Entrada em funcionamento de novos cabos submarinos: Carcavelos a Vigo; Lisboa a Luanda; Moçambique a Zanzibar; Moçambique a Lourenço Marques; Lourenço Marques a Durban e Macau a Hong Kong. A Eastern & South African Telegraph Company estabelece a ligação entre Angola e a Cidade do Cabo, completando assim a rede de cabo submarino em torno de África. Inauguradas as comunicações telegráficas entre o Continente e os Açores, através do cabo submarino lançado pela companhia inglesa Telegraph Construction and Maintenance Company que liga Carcavelos a Ponta Delgada. Concluída a amarração do cabo telegráfico submarino da Deutsche Atlantische Telegraphen-Gesellsehafn (DAT), que liga Emden à Horta, no Faial, Açores. Ligação de um cabo submarino entre o Faial (Açores) e Canso (Canadá). O primeiro cabo submarino a ligar o continente americano e aquele arquipélago. Na primeira metade do século, na Horta (Faial), é notória a influência cultural, associativa e desportiva promovida pelas colónias de telegrafistas estrangeiros e familiares, sobretudo de origem britânica e alemã. Lançamento de um cabo submarino da empresa The Western Telegraph Company, entre a ilha de S. Vicente, em Cabo Verde e o Faial, nos Açores. Lançamento de um cabo submarino da empresa The Eastern Telegraph Company, entre Porthcurno (Inglaterra) e a Madeira, numa extensão de 2.417 quilómetros. Construção na Horta, Açores, do edifício conhecido por Trinity House, para acolher o centro de operações das companhias de cabos submarinos inglesa, americana e alemã. A German Atlantic Telegraph Company lança um cabo submarino entre os Açores e Nova Iorque. Através de um cabo subfluvial da APT – Anglo Portuguese Telephone Company, Limited, entra em atividade a comunicação telefónica entre a capital, Almada e o Barreiro. Poucas horas após o início da guerra, o navio inglês Telconia procede ao corte dos cabos alemães entre a Horta e Emden, na Alemanha. Censura sobre toda a correspondência postal expedida e recebida por Portugal e ampliação da censura telegráfica. Termina o prazo de exclusividade concedido em 1893 à empresa britânica The Europe and Azores Telegraph Company. Os norte-americanos intensificam a disputa pela influência e domínio da rede mundial de cabos submarinos. A Commercial Cable Company lança um cabo entre o Faial (Açores) e Canso (Canadá), numa extensão de 3.167 quilómetros, com ligação até Nova Iorque. A empresa norte-americana The Western Union Telegraph Company conclui o lançamento do primeiro cabo submarino mundial a utilizar como revestimento o permalói, entre a Horta (Faial) e Rockway Beach (Nova Iorque), com uma extensão de 4.368 quilómetros. Era o cabo de longa distância mais rápido do mundo e operava a uma velocidade de 300 caracteres por minuto, com 5 canais de uma só direção (simplex). A empresa norte-americana Eastern Telegraph Company lança um segundo cabo entre o Canadá (Bay Roberts) e a Horta (Faial). O cabo operava a uma velocidade de 500 caracteres por minuto e permitia a receção e emissão simultânea de várias mensagens no mesmo canal.
A partir deste ano as grandes companhias internacionais de cabos submarinos fazem chegar várias propostas de amarração de cabos em território português.
O isolamento dos fios condutores é conseguido com a utilização da gutta-percha, substância introduzida na Europa, em 1843, pelo português José de Almeida.
A comunidade telegrafista britânica e seus familiares que se instalaram no nosso país, formaram uma colónia muito ativa na promoção de atividades culturais, do ensino e no desenvolvimento de algumas modalidades desportivas pouco conhecidas entre nós.
Cronologia de datas, factos e acontecimentos históricos relacionados com a instalação do cabo submarino em Portugal, recolhidos no âmbito da exposição inaugurada em maio de 2015 e patente ao público na Fundação Portuguesa das Comunicações – O cabo submarino num mar de conectividades.