No Dia Internacional dos Museus revelamos histórias partilhadas sobre a criação de postos públicos de telefone, em Portugal e na Eslovénia.
Em Portugal, os primeiros telefones públicos surgiram em 1887. Encontravam-se no interior das estações dos Correios, e nos locutórios. As pessoas deslocavam-se ao telefone público, pediam a chamada à telefonista, esta estabelecia a chamada e passava-a à pessoa.
A crescente adesão dos utilizadores estimulou o alargamento dos postos públicos a diversos estabelecimentos comerciais e ao interior de edifícios com grande afluência de público.
Em 1930, com a automatização da rede telefónica, o uso do telefone passou a ter um papel cada vez mais importante na vida quotidiana das pessoas, provocando um aumento grande na procura pelo serviço telefónico.
Dois anos mais tarde, são instaladas as cabines telefónicas (postos públicos) nas cidades de Lisboa e Porto. Construídas em cimento armado e envidraçadas, as cabines eram designadas por “quiosques” públicos, à semelhança da terminologia utilizada em Inglaterra “telephone kiosk”. Funcionavam 24 horas, servindo muitas vezes de posto de socorro para as pessoas que não tinham, ainda, telefone em casa.
Em 1970, as cabines passaram a ser construídas em alumínio e vidro, com uma porta dobrável, e mais tarde tornaram-se ainda mais simples, com apenas duas placas de vidro e uma cobertura azul.
Também os telefones das cabines foram sendo substituídos por novos modelos: a partir de 1989, funcionavam com cartão pré-pagamento credifone e mais tarde com cartões internacionais de crédito. Os avanços impulsionavam melhorias na qualidade do serviço, tornando as comunicações mais seguras e acessíveis.
Na Eslovénia, a primeira cabina telefónica pública foi instalada em outubro de 1897 no Palácio dos Correios, juntamente com uma rede telefónica à qual estavam ligados 66 assinantes. Em dezembro do mesmo ano, foi também ligada em Maribor.
No início do século XX, eram usadas cabines telefónicas em Celje e em Gorizia. Por altura da Segunda Guerra Mundial, o número de telefones públicos aumentou para dezanove em Liubliana e cinco em Maribor.
Em 1979, existiam já 245 cabinas telefónicas em Liubliana. Em meados da década de 1980 os telefones públicos geravam muito mais tráfego do que os telefones privados ou comerciais. Uma década mais tarde, Liubliana recebeu as suas duas primeiras cabinas telefónicas públicas com cartão magnético.
Em 2007, existiam 3 383 cabines em todo o país e o negócio continuou a ser rentável, principalmente nas chamadas provenientes de prisões e instituições psiquiátricas ou de hospitais e lares de idosos
Em Portugal, com a massificação dos telemóveis, as cabines telefónicas foram desaparecendo. Em diversas cidades portuguesas transformaram-se em cabines de leitura, sob o mote “Levar, doar, ler, devolver”.
Aproveite o Dia Internacional dos Museus para ver de perto algumas das mais antigas cabines telefónicas. A entrada no Museu das Comunicações é gratuita.
Foto: Cabine telefónica da década de 90 do século XX ( à esquerda encontra-se o equipamento do acervo do Museu dos Correios e Telecomunicações da Eslovénia, à direita o equipamento usado em Portugal)