O Dia Mundial da Rádio celebra-se anualmente a 13 de fevereiro, por ter sido nesse dia que em 1946 a “United Nations Radio” emitiu pela primeira vez um programa em simultâneo para um grupo de seis países. Foi, no entanto, preciso esperar até 2011 para a UNESCO proclamar o Dia Mundial da Rádio.
Recuando ao século passado, em 1906, o físico e inventor canadiano Reginald Fessenden enviava uma mensagem em morse da sua oficina em Massachusetts aos navios ao largo, alertando-os para uma transmissão importante. Em vez do crepitar característico da telegrafia sem fios (TSF), foi uma voz humana, nítida, que lhes chegou a desejar um feliz Natal e a transmitir um tema natalício de Haendel. A surpresa tomou conta do feito considerado milagroso, sendo aquele o primeiro programa de radiodifusão do mundo.
A partir daí, foi um instante enquanto se desenvolveu como meio de comunicação e difusão cultural. Em 1907, Lee De Forest integrou o telefone sem fios no equipamento da marinha e garantiu que a música de um fonógrafo chegasse a várias estações costeiras.
Abriu-se então caminho às primeiras emissões comerciais de reconhecida audiência. Em 1910, Charles Herrold emitia para amadores no vale de Santa Clara e, uma década mais tarde, as ondas curtas davam margem de manobra às transmissões internacionais.
Por ser acessível, e ter a capacidade de encurtar distâncias e fomentar laços afetivos, a rádio cresceu rapidamente junto das populações. Até à década de 30 surgiram centenas de emissoras e a primeira legislação para a organização do espectro radiofónico. Nos dez anos seguintes, a rádio consolidou-se, permitindo a invenção do FM (Modulação em Frequência).
As primeiras experiências radiofónicas em Portugal fizeram-se em 1914, com a “Rádio Hertz” fundada por Fernando Gardelho Medeiros. Cerca de dez anos mais tarde, os privados iniciaram a experiência da rádio e surgiram postos emissores nas principais cidades do país.
Em 1930, o Governo, ciente das potencialidades do meio, anunciou-se proprietário do espaço radioelétrico, e impôs regras, fixou as condições de emissão e receção por particulares e autorizou a construção de emissoras nacionais – Onda Média e Onda Curta para a futura Emissora Nacional, que inaugurou em agosto de 1935, sob a direção de Henrique Galvão, nos estúdios do Quelhas, em Lisboa.
A Emissora acompanhou o regime de ditadura em Portugal até 1974, sendo no ano seguinte nacionalizada e criada a Empresa Pública de Radiodifusão. Em 1976 a empresa passou a Radiodifusão Portuguesa.
Desde então, a rádio tem vindo a adaptar-se às diversas plataformas tecnológicas, como a internet e os telemóveis, tornando-se cada vez mais um meio digitalizado. Por ser uma tecnologia relativamente simples e amplamente acessível, tem um alcance sem precedentes em todas as partes do mundo e sociedades, incluindo comunidades mais isoladas.
No percurso da exposição “Vencer a Distância” do Museu das Comunicações, o público encontra um estúdio de rádio onde se realizam oficinas direcionadas às crianças que apresentam a história da rádio e as suas técnicas de comunicação.