A memória, a história e o património do cabo submarino

Mais de uma centena de pessoas participaram ontem na palestra dedicada ao tema a memória, a história e o património do cabo submarino em Portugal.

O mote do encontro foi a apresentação do livro “Cronologia da História do Cabo Submarino em Portugal”, de José Luís Vilela, historiador de comunicações, com edição do Grupo de Amigos da Horta dos Cabos Submarinos e da Associação dos Antigos Alunos do Liceu da Horta, e o patrocínio da ANACOM.

A obra apresenta em datas, factos e acontecimentos a história do cabo submarino em Portugal entre 1855 e 2017, desde os cabos telegráficos, aos cabos coaxiais e por fim aos cabos de fibra ótica.

Em 1870 entrou ao serviço o primeiro cabo telegráfico submarino que ligava Portugal a Inglaterra, a partir da estação de cabo submarino em Carcavelos. O facto foi abordado pelo historiador Mário Eurico Lisboa que evidenciou a importância e a influência que a estação e a comunidade inglesa instalada em Carcavelos tiveram na sociedade local ao longo de muitas décadas.

A Horta, na Ilha do Faial, Açores, destacou-se como ponto estratégico de amarração de cabos submarinos internacionais e serviu também para testar novas tecnologias e novos equipamentos.

A intervenção do Professor Henrique Melo Barreiros, membro do Grupo dos Amigos da Horta dos Cabos submarinos, realçou o projeto em curso da criação do museu do cabo submarino nas instalações da antiga estação de cabos submarinos Trinity House.

No século XIX, este edifício acolheu as três primeiras companhias, a britânica Europe & Azores Telegraph Company, a alemã Deutsch Atlantische Telegraphengesellschaft e a americana Commercial Cable Company.

Coube a João Confraria, Professor da Universidade Católica Portuguesa, a apresentação da obra de José Luís Vilela e a sua reflexão sobre a invisibilidade dos cabos submarinos face ao enorme impacto na economia do país.