A imprensa e o desenvolvimento das comunicações

A 13 de abril, comemora-se o Dia Mundial da Imprensa, como uma forma de salientar a importância da imprensa no mundo contemporâneo.

Recuemos a meados do século XV, a Mogúncia (Mainz), onde o inventor alemão Johannes Gutenberg, com a gravura artística cinzelada sobre madeira, teve a ideia de gravar separadamente cada uma das 25 letras do alfabeto latino, podendo, assim, juntá-las de modo a formar palavras, linhas e maços. E os mesmos caracteres, após a impressão de uma página, podiam ser desligados e voltar a ser usados.
Este foi o princípio da impressão tipográfica, que de um certo número de letras se tirava um infinito número de combinações.

A Holanda reivindicou para Laurent Coster a ideia de ter inventado as letras móveis ou os caracteres de tipografia. Gutenberg aperfeiçoou este processo e, sobretudo, inventou a “prensa de braços”, que pela primeira vez forneceu numerosos exemplares de um mesmo livro, possibilitando que este chegasse a um maior número de pessoas.

A primeira edição atribuída a Gutenberg, o “Speculum Humanae Salvationis”, foi executada com caracteres de chumbo depositados na areia e retocados pelo burel; de seguida, Schoeffer imaginou matrizes em cobre.
Imprimiram depois uma Bíblia de 42 linhas, também conhecida como “Bíblia Mazarina”, por volta de 1450-1455; e depois um “Catholicon” e uma Bíblia de 36 linhas.

Esta técnica propagou-se rapidamente nas cidades universitárias e comerciais, nomeadamente Veneza e Paris e, em pouco tempo, as tipografias espalharam-se pela Europa, tornando os livros mais acessíveis e democratizando um saber “erudito”, que deixou de ser exclusivo do clero.

Em Portugal, o primeiro impresso saiu da oficina de D. Samuel Porteira Gacon, judeu que tinha fugido das perseguições da Inquisição em Espanha e que se estabeleceu em Faro. O único exemplar desta edição, em hebraico, “O Pentateuco” encontra-se na British Library , em Londres.

A 1ª publicação impressa periódica regular apareceu em 1602 em Antuérpia e o 1º jornal em português em 1641 com o nome “Gazeta da Restauração”. Com a industrialização, aparecem as primeiras agências de notícias e em 1851 Paul Julius Reuter funda a Reuters. O telégrafo, técnicas de impressão, emissão de rádio, cinema e televisão revolucionaram as tecnologias de informação e comunicação já no séc. XX.

Uma forma de reconhecermos nos dias de hoje a importância da imprensa é através da visita a espaços museológicos O Museu das Comunicações apresenta em “Segredos no Tempo” – Mostra documental – memórias, saberes e curiosidades ligadas a esta arte da tipografia e à sua evolução. Um espaço para refletirmos sobre os meios de difusão de notícias e fazermos uma viagem no tempo em volta das comunicações que tanto contribuíram para a evolução da humanidade.

Créditos da fotografia: Minerva de Braço Nº7 F.M. Weller, 1881, à guarda da FPC.