A importância do uniforme na vida de um carteiro ou de um guarda fios

A História dos Correios em Portugal conta com cerca de cinco séculos. Ao longo do tempo foram várias as fardas usadas pelo mensageiro, cocheiro, postilhão,  distribuidor rural, carteiro urbano ou o mais tarde o guarda-fios.

O fardamento a rigor reafirmava a autoridade do carteiro, sendo reconhecido como um agente, à semelhança dos corpos militares, com quem possuía inúmeras afinidades. Por isso, a farda tinha uma importância fundamental ao identificar a sua função e a sua importância já que garantia a segurança e  entrega de correspondência, em qualquer circunstância.

A história dos uniformes, desde a criação do cargo de correio-mor até meados do século XIX, é difícil de reconstituir devido à destruição de grande parte do arquivo documental do palácio do Correio-Mor do Reino, com o terramoto de 1755, e à fuga da família real para o Brasil.

No entanto, existem ainda muitas referências e modelos de uniformes presentes nas exposições do Museu das Comunicações e nas suas reservas museológicas. Entre as fardas das diversas funções podemos ver que houve uma constante preocupação no equilíbrio estilístico e elegância.

Os modelos dos uniformes foram mudando, em 1893; 1912, 1939, 1957, 1964 e por aí adiante até aos dias de hoje. Ao longo deste longo período foram usando o laço, o jaleco de briche com gola e canhões encarnados e botões de latão, as calças de pano português de mescla e chapéu redondo de oleado, o uniforme com uma chapa ao peito com as armas reais, e muitos outros elementos de vestuário.

Desde finais do séc. XIX, as categorias de carteiros assentavam em: distribuidor/distribuidor rural; carteiro urbano/carteiro rural; carteiro central /carteiro provincial. A escolha do fardamento era indissociável da sua função utilitária de proteção e mobilidade, bem como distinguia as diferentes categorias de profissionais. A farda do distribuidor rural era diferente da do distribuidor urbano e de outros profissionais do setor postal.

A farda estabelece assim a uniformidade entre indivíduos de um mesmo grupo. As suas alterações em determinado momento resultam de uma decisão de uma organização, numa data precisa. A moda é aqui vista como metamorfose de longa duração.

Visite a exposição ” Vencer a Distância – Cinco Séculos de Comunicações em Portugal” e fique a conhecer os uniformes e fardas de algumas das mais antigas profissões das comunicações.