A União Europeia definiu 2021 como o “Ano Europeu do Transporte Ferroviário” para promover o uso dos comboios como modo de transporte seguro e sustentável.
Recordamos por isso hoje um pouco da história do transporte ferroviário em Portugal e em particular sobre a sua importância na distribuição do correio.
No século XIX os caminhos de ferro assumem grande importância no desenvolvimento dos países. Em Portugal um dos serviços que mais beneficiou com a circulação de comboios foram os correios, uma vez que o comboio veio trazer uma maior facilidade de transporte, e uma redução nos custos, o que tornou este meio de comunicação mais acessível às populações.
Em 1856 foi inaugurado o primeiro troço de caminho de ferro em Portugal, ligando Lisboa ao Carregado. Quatro anos mais tarde, no contrato celebrado entre o Governo português e a Companhia Real dos Caminhos de Ferro, constava uma cláusula que impunha à companhia a obrigação de transportar gratuitamente as malas do correio nos vagões, dos comboios de maior velocidade.
Para uma entrega mais rápida da correspondência, o Governo decretava em 1863 o estabelecimento de estações postais ambulantes nos caminhos de ferro, assim como um novo diploma autorizava a Sub-inspeção-Geral dos Correios e Postas do Reino a adquirir oito carruagens destinadas ao serviço de estações postais ambulantes.
A 1 de dezembro de 1866, foi então inaugurado o serviço das estações postais ambulantes entre Lisboa e Badajoz, em ligação com as ambulâncias postais de Badajoz-Madrid. Estas ambulâncias eram veículos ferroviários, utilizados na recolha, processamento e distribuição de correio, ao longo dos caminhos de ferro.
Após três anos de funcionamento, apesar de se considerar o serviço das estações postais ambulantes eficaz, procedeu-se à sua suspensão devido à falta de financiamento. Após várias reformas, o serviço é retomado em 1882.