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Da Revolução de Abril à Democracia
artes plásticas, mas também as manifestações ligadas
à literatura, à natureza e, sobretudo, às produções et-
nográficas como utensílios de trabalho, de artesanato
e até de gastronomia
(imagem 3)
.
Este alargamento do conceito de património mani-
festa-se na produção f ilatélica enquanto memorial
de realidades tão ricas e diversif icadas, de que po-
demos apontar emissões como as de 1975 – Emis-
são Comemorativa do Ano Europeu de Proteção do
Património Arquitetónico; 1981 – Emissão «Cães de
Raça Portuguesa»; 1981-1983 – Emissão «Instru-
mentos de Trabalho» (quarto, quinto e sexto grupos
de valores); 1989 – Emissão «Palácios Nacionais»;
1999 – Emissão «Doces Conventuais» (primeiro
grupo).
Quanto à divulgação do património português, mar-
cadamente assumida nos últimos trinta anos, ela re-
sulta da tendência internacional de patrimonialização
material e imaterial das várias atividades do homem
assim como da preocupação com a conservação da
natureza e com a sustentabilidade do planeta. A so-
ciedade globalizada, o predomínio da cultura urbana
e a tendência para a homogeneidade segundo o mo-
delo europeu e norte-americano criaram no homem
contemporâneo a necessidade de preservar os teste-
munhos ancestrais que constituem o seu património
identitário
(imagem 2)
.
O próprio conceito de património alargou-se nos últi-
mos cinquenta anos, abrangendo hoje não apenas as
tradicionais manifestações ligadas à arquitetura e às
«50 Anos do Surrealismo
em Portugal»: António
Pedro, com desenho
de Vitor Santos, 1999.
«Ourivesaria Portuguesa.
Tesouros Reais»: o Diadema de Coral da
Rainha D. Maria Pia, com desenho
de Vitor Santos, 1992.
«Palácios Nacionais»: Palácio de
Queluz, com desenho de Luiz Duran
e Carlos Leitão, 1989.
«Moinhos de Vento»: fixo de Afife,
com desenho de Isabel Botelho, 1989.
«Pintura Portuguesa do século XX»:
Amadeu de Souza Cardoso, 1988.
«Protecção da Natureza – Portugal.
O lince-ibérico», com desenho de
José Projecto, 1988.
«Reservas e Parques Naturais
Portugueses» com desenho de
José Pedro Martins Barata, 1985.
«5 Séculos de Azulejos em
Portugal» motivo do século XVI,
com desenho dos Serviços de
Filatelia dos CTT, 1981.
«1975 – Ano Europeu da Protecção
do Património Arquitectónico», com
desenho de José Rodrigues, 1975.
Imagem 3
Imagem 2