Page 118 - Comunicar na Republica

Basic HTML Version

118
Ditadura Militar e Estado Novo – Liberdade adiada
prias paragens das carreiras de autocarros e no exte-
rior dos autocarros de carreiras de serviço público.
Os autocarros deveriam ser sinalizados com o indi-
cativo dos CTT. Em Lisboa e no Porto, os elétricos
foram igualmente requisitados para esse serviço,
sendo que, no seu percurso, iam recolhendo corres-
pondências que os utentes introduziam no recetáculo
afixado na parte frontal do veículo.
O
Diário de Lisboa
dava conta, em 1954, da prolife-
ração de modelos de marcos postais pela cidade do
Porto, e até de uma caixa de embutir, nos quais nunca
foi alterada a simbologia monárquica... «O mesmo se
verificou nas “caixinhas dos eléctricos” para recolha
da correspondência nos términos das linhas, nos limi-
tes ou fora da cidade», dizia o mesmo jornal.
Auto-ambulâncias rodoviárias
A Segunda Guerra Mundial veio despoletar um sur-
to de desenvolvimento técnico-científico, gerador de
alterações nos equipamentos e sistemas de comuni-
cações, que permitiu aumentar a cobertura da rede
postal no País. Os serviços postais, após o apareci-
mento do automóvel e o aproveitamento do mesmo
nos circuítos de distribuição de correspondência,
criaram outras condições para uma prestação de
serviços mais satisfatória junto dos utentes das áreas
que percorriam. Porém, somente em 1952 o serviço
de auto-ambulâncias rodoviárias assume um caráter
permanente, percorrendo zonas do interior, vetadas,
até então, à maior parte dos serviços prestados pela
empresa, já que a rede do caminho-de-ferro não che-
gava a todo o lado e, por isso, uma parte considerável
da população ficava privada de contactos.
Nestas ambulâncias, prestavam-se, no atendimento
público, os serviços postais mais comuns, do aero-
grama ao telefone e expedição de telegramas. Es-
tas ambulâncias eram, genuinamente, estações dos
correios ambulantes que visitavam, até, os lugarejos
mais recônditos do País. É também neste período que
se regressa ao tradicional postilhão, como símbolo
dos Correios.
Telex – a modernização e o estatuto
de empresa pública
Em 1954, dá-se a introdução da rede telex, através
do teleimpressor, e, uns anos depois, surge um ser-
viço de transmissão de cópia à distância, o Corfac.
Todavia, só no início da década de 1970, no ano que
também assinala o princípio da informatização (intro-
duzido nalguns serviços), o telex é colocado ao servi-
ço do público nas estações dos correios.
Em decreto de 1956, é reconhecido à Administração-
-geral dos Correios, Telégrafos e Telefones, o direito
de requisitar o transporte de recetáculos postais des-
tinados à recolha de correspondência avulsa, nas pró-
O museu dos CTT... numa história
que se faz todos os dias
Em 1955, foi publicado o Regulamento do Museu dos
CTT, na Ordem de Serviço n.º 5501,1, onde são referi-
das as secções fundamentais: comunicações postais,
comunicações telegráficas, comunicações telefóni-
cas, comunicações radioelétricas, tanto metropolita-
nas como ultramarinas e internacionais, documentá-
FPC