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A partir deste momento, e
após uma exibição pública
em 1952, o movimento pop
estabeleceu-se como sério
e reconhecidomovimentode
arte. De acordo com uma
série de críticos, a pop art
marca o fimdomodernismo
e o começo da era do pós-
-
modernismo.
Artistas que inserem nas
suas obras elementos for-
temente expressivosmas de
carácter anti-expressivopro-
vocam a transição do abs-
traccionismo para o anti-
-
abstraccionismo. Isto pode
parecer um pouco confuso,
no entanto quando obser-
vadas diversas obras verifi-
camos características decor-
rentes dos símbolos e técni-
cas da linguagem publicitária, claramente anti-abstracta.
Muito embora o fenómeno tenha raízes de influência social e não
histórica,pode-se conceber que deriva de certa forma do surrealismo
e do newdada,mas acima de tudo da influência deMarcell Duchamp
que ao retirar os elementos do seu meio original ou simplesmente
permitindo-lhes umaanulação funcional quando conjugados,permite
fazer novas interpretações e atribuir diferentes conotações. Desta
maneira se verificaa descontextualização da imageme da forma,atri-
É este ambiente urba-
no que se vive e que
vai influenciar derra-
deiramente os secto-
res intelectuais e cria-
tivos da sociedade.
Factos históricos como
a guerra doVietname,
a revolução cultural
chinesa,os assassina-
tos dos Kennedy eMal-
com X e os tratados
de não proliferação
nuclear; o apareci-
mento de futuros mi-
tos como Elvis,os Bea-
tles, Norma Jean ou
mesmo Yuri Gagarine;
o surgimento de obras
filosóficas e de refle-
xão como
As Palavras e
as Coisa
s de Michel
Foucault ou as instruções «sexolosóficas»de Freud vão reforçar defi-
nitivamente o princípio da redundância como principal chaga da vida
moderna (S. Sontag).
É neste contexto que a pop art vemquebrar a hegemonia do expres-
sionismo abstracto europeu,unindo os estados que protagonizaram
este novomovimento a partir da década de 1950, e confrontar a arte
institucional coma infinidade dos objectos diários domundo da«não-
-
arte» promovendo novos níveis de percepção e interpretação.