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ma de escrita cuneiforme, gravado
na argila, teve como seu remate o
alfabeto cuneiforme ugarítico de
tipo consonântico, mas este não
teve continuidade,desaparecendo
bruscamente no século XII a. C.,
quando surge o alfabeto fenício.
Ora como este colheu inspiração,
através dos signos do ramo semita
doNorte,nos pictogramas do Sinai,
que,por sua vez,derivamde alguns
signos hieroglíficos egípcios, então
seria de ver na escrita hieroglífica
do Egipto faraónico as muito remo-
tas e nebulosas origens da escrita
latina que usamos no nosso dia-a-
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dia.
Sublinhe-se no entanto que desse
ramo semita do Norte nasceram
diversas escritas usadas na Síria-Palestina e na península da Arábia,
algumas das quais ainda hoje têmuso corrente,como o etíope (vindo
do ramo semita do Sul), o hebraico e o árabe (vindos do ramo semita
do Norte).
Assim, não deixa de ser curioso, e deveras interpelante, podermos
concluir que a escrita árabe e a escrita hebraica, por um lado, e a
escrita latina e escrita grega por outro, tão diferentes entre si do
ponto de vista estético-gráfico e até no sentido da sua leitura, têm
afinal a mesma origem - o sistema gráfico semita do Norte, basica-
mente umalfabeto consonântico,surgido hámais de trêsmil anos na
Síria-Palestina.
Da escrita etrusca derivou a escrita
latina,facto explicável pela proximi-
dade geográfica e pelas influências
político-culturais quea Etrúriadeixou
na fase emergente de Roma, aca-
bando estamais tarde por anexar e
assimilar os Etruscos.
Amais antiga inscrição latina de tipo
monumental até hoje descoberta
data do século VI a. C., tendo sido
recuperada em trabalhos de esca-
vação levados a cabo em 1898 no
centro de Roma. Trata-se da cha-
mada PedraNegra (Lapis Niger),que
exibe letras que se acumulam, de
uma forma desajeitada, para uma
leitura bustrofédica, e sem a ele-
gância que mais tarde apresenta-
rão as
capitales quadratae
da época
imperial. Anterior a essemonumento é a inscrição latina de uma fíbu-
la,achadaemPraeneste,numaúnica linhae com leituradadireitapara
a esquerda. O inicial alfabeto latino tinha 21 letras, das quais o Y e o
Z foram adaptados do grego e não do etrusco. No essencial, o alfa-
beto usado pelos antigos Romanos é ainda o que hoje utilizamos.
A questão fundamental que agora importa avaliar, no final deste
percurso que nos conduziu dos primórdios da escrita, com os primei-
ros signos pictográficos sumérios,em finais do IVmilénio a. C.,à escri-
ta latina que ainda hoje usamos, é se esta terá tido como antepas-
sado remoto o sistema cuneiforme sumero-acádio,depois desenvol-
vido no assírio-babilónio. Parece que não. Na verdade, o velho siste-
Manuscrito árabe do século XIII, com texto circular a envolver a Kaaba de Meca.
